Adalberto Costa Júnior foi eleito presidente da UNITA com 96 por cento dos votos dos 1.141 delegados, que exerceram o seu direito de voto no XIII Congresso que terminou neste sábado, 4, em Luanda. Presidente eleito do maior partido da oposição em Angola diz que “são os militantes que decidem democraticamente o que o partido é, o que quer e o que fará”.
No seu discurso de posse, Costa Júnior assumiu ter-se candidatado com “o propósito de liderar a UNITA para a governação do país e resgatar a liberdade, a dignidade e a justiça e para realizar a inclusão social”, bem como para “o resgate da soberania da UNITA e para dar autonomia aos membros decidirem sobre a sua liderança”.
O novo presidente do principal partido da oposição em Angola destacou que a reunião magna dos “maninhos” demonstrou que “são os militantes que decidem democraticamente o que o partido é, o que quer e o que fará”, e reiterou que foram cumpridas todas as exigências estatutárias da UNITA.
“Não será nunca o partido do Governo ou qualquer outro grupo que poderá impor as suas decisões”, desafiou Adalberto Costa Júnior.
De olhos nas eleições de 2022, o agora líder da oposição desafiou os militantes da UNITA a serem “bem mais criativos para restaurar o diálogo institucional” e assegurou que “nós vamos limpar o passado negativo, de falta de diálogo”.
Uma das apostas da sua anterior gestão vai ser retomada, disse Costa Júnior ao anunciar que vai manter a proposta da plataforma eleitoral Frente Patriótica Unida, que junta a UNITA, o Bloco Democrático e o projecto político Pra-Ja Servir Angola.
“Podes contar comigo”, disse Isaías Samakuva
Antes, ao passar a liderança do partido ao seu novo timoneiro, o presidente cessante Isaías Samakuva desafiou os militantes à união, dizendo que “é hora de caminharem juntos com olhos no futuro e que a hora é de acção”.
“No que me diz respeito, podes contar comigo”, disse Samakuva a Adalberto Costa Júnior.
O XIII Congresso foi realizado agora, depois do Tribunal Constitucional ter anulado o anterior, de 2019, que elegeu Adalberto Costa Júnior presidente.
Para aquele órgão de justiça, Costa Júnior tinha dupla nacionalidade e por isso, como defenderam os militantes da UNITA que recorreram ao TC, anulou o congresso.