A partir desta segunda-feira, 1 de Novembro, o acesso aos espaços públicos em Angola, por parte dos cidadãos maiores de 18 anos, passou a ser permitido apenas mediante a apresentação do teste negativo da Covid-19 ou do certificado digital de vacinação. A medida pode não ter aplicação prática em todo o país.
Especialistas da saúde e responsáveis sindicais chamam a atenção para a possibilidade de a medida não vir a ter aplicação prática em todo o país e pedem ponderação para determinadas regiões.
A medida consta do novo decreto presidencial sobre o estado de calamidade pública em Angola.
De acordo com o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Furtado, ela é extensiva aos concursos para o ingresso na função pública e viagens para o exterior do país.
“Nomeadamente nos sectores da Saúde, Educação e na Defesa e Segurança, para as viagens dos estrangeiros e nacionais residentes para o exterior do país, para as empresas públicas e entes equiparados”, explicou Furtado.
Entretanto, o médico Luís Bernardino, conhecido pelas suas críticas à forma como o Governo tem gerido o combate à Covid-19, insiste em como o país não está em condições de satisfazer a demanda da população a vacinar o que, em sua opinião, pode estimular “o surgimento de mecanismos paralelos e de corrupção”.
O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof), Admar Ginguma, também diz não haver capacidade para atender todos os professores e alunos espalhados pelo país.
O sindicalista sugere um plano de vacinação específico para o sector da educação “lá onde a oferta das vacinas ainda é incipiente”.
Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Médicos de Angola, Adriano Manuel diz que a organização que dirige é favorável à vacinação massiva da população “tendo em conta a fragilidade do sistema de saúde do país”.
Angola recebeu neste domingo mais 585 mil doses da vacina Pfizer, numa doação dos Estados Unidos da América.
De acordo com uma nota da embaixada daquele país em Luanda “os EUA são o maior doador individual de vacinas contra à Covid-19 para Angola e um parceiro comprometido na luta contra a pandemia, bem como outros desafios de saúde”.
O Executivo prevê vacinar até Dezembro deste ano cerca de 60 por cento da população residente no país.