O embaixador de Portugal em Angola reafirmou hoje o empenho português no acesso dos PALOP às vacinas e considerou a chegada das primeiras doses a Angola “um sinal importantíssimo” do posicionamento do país lusófono no combate à covid-19.
Pedro Pessoa e Costa, que falava à Lusa à margem da inauguração do depósito central de vacinas de Luanda, onde foram administradas as primeiras doses de vacinas contra a covid-19 no país, destacou o “grande momento”, não só por Angola receber as vacinas, mas também pela inauguração das infraestruturas logísticas que vão acolher os materiais imunizantes.
A ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, inaugurou o depósito central de vacinas de Angola, no dia em que chegaram ao país as primeiras 624.000 doses de vacinas contra a covid-19, no âmbito da iniciativa Covax, e em que foram vacinados os primeiros angolanos contra a doença.
Para Pedro Pessoa e Costa este é “um sinal importantíssimo de como Angola se tem posicionado”, tendo conseguido “em tempo recorde e continuando sempre o seu combate à pandemia” criar estas infraestruturas e iniciar a vacinação.
Angola foi o primeiro país lusófono a receber vacinas no âmbito da Covax, “sinal de que leva a sério o combate a esta pandemia que a todos diz respeito”, considerou o diplomata.
O embaixador sublinhou igualmente que Portugal “estará sempre disposto a apoiar o continente africano e Angola”, lembrando que o primeiro-ministro, António Costa, anunciou recentemente que 5% das vacinas contratadas na União Europeia serão destinadas aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.
O diplomata destacou ainda a importância de a solidariedade “em momentos difíceis” ser feita de maneira concreta, afirmando que Portugal contribui ativamente e financeiramente para a iniciativa Covax, coliderada pela aliança Gavi, organização internacional atualmente presidida por Durão Barroso, pela Coligação para a Inovação na Preparação para Epidemias (Cepi) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
As primeiras vacinas chegaram ao Aeroporto Internacional de Luanda hoje de manhã, e começaram a ser administradas a um grupo selecionado de 50 pessoas, incluindo profissionais de saúde, órgãos de defesa e segurança e doentes com comorbilidades.
Para garantir o acesso justo e equitativo aos países de média e baixo rendimento foi criada em abril de 2020 a iniciativa Covax, mecanismo a que Angola aderiu em julho de 2020 e ao abrigo do qual recebeu hoje as primeiras doses de vacinas, sem custos.
As primeiras 624 mil doses que chegaram a Luanda fazem parte de um lote de 2 milhões e 172 mil doses que devem chegar ao país até ao final de maio, adiantou a responsável da Saúde.
As vacinas foram produzidas no Instituto Serum, parceiro da AstraZeneca na Índia e maior produtor mundial de vacinas.
As vacinas da AstraZeneca/Oxford aprovadas pela OMS, foram também o principal meio usado para o controlo da pandemia no Reino Unido, completou a ministra da Saúde.
Angola registou até segunda-feira um total de 20.807 casos positivos de covid-19, dos quais 508 óbitos, tendo recuperado 19.322 pessoas.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.539.505 mortos no mundo, resultantes de mais de 114,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.