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COVID-19: Explosão da quarta vaga deixa “estruturas de saúde” com menos pessoal e mais casos

Ante a quarta onda da pandemia da Covid-19 em Angola, já assumida pelo Governo, e com muitos casos da contagiosa variante omicron, o sistema de saúde já por si debilitado pela crise económica, falta de investimentos fortes e insuficiência de pessoal enfrenta agora uma redução de pessoal devido ao vírus que pode colocar em causa o combate à própria pandemia. Hospital Geral de Luanda com redução de 20 por cento de médicos e enfermeiros infectados e o país a ultrapassar os três mil casos num só dia.

Na capital, pelo menos 20 por cento dos profissionais do Hospital Geral de Luanda (HGL), entre médicos e enfermeiros, testaram positivo à Covid-19 e o diretor-geral reconhece que a situação é difícil.

Especialista ouvido pela VOA adverte que a redução de pessoal leva ao aumento de trabalho para os profissionais que estão no activo, facto que pode aumentar o risco de erros médicos.

O director Geral do HGL, Bernabé Lemos, disse que o mês de Dezembro tem sido bastante dificil para a unidade hospitalar, e, com a redução de 20% de médicos e profissionais, infectados, dificulta os trabalhos da unidade sanitária.

“Está a ser um momento muito difícil para este hospital com a gestão dos recursos humanos e manutenção das equipas”, realçou Lemos em entrevista à Radio Nacional de Angola.

No entanto, acrescentou que “estamos a ter algumas cautelas para não desfalcar a instituição numa fase como esta em que até há pressão por causa da procura dos nossos serviços, recebemos gente de toda a Luanda”.

Ante este cenário, o médico Rosallon Pedro alerta que a situção pode aumentar o risco de erro médico devido à sobrecarga de trabalho.

“Com a redução de 20% por cento do pessoal entre médicos e enfermeiros aumenta a pressão do pessoal, aumentando a pressão há maior margem de erro”, sustenta aquele profissional, quem espera não haver uma redução ainda maior devido à pandemia.

O HGL, localizado no município do Kilamba Kiaxi, é uma das maiores unidades hospitalares da capital angolana.

Entretanto, as autoridades continuam a apelar a um maior cuidado das pessoas e que procurem os centros de vacinação.

Recorde de casos

Na capital, começou na segunda-feira, 27, uma mega campanha de testagem à Covid-19 após ter sido detectadaa circulação da variante Ómicron.

O país registou entre segunda e terça-feira um novo recorde de casos, 3.090 no total, com Luanda a reportar 2.104 casos, segundo o boletim epidemiológico da Direção Nacional de Saúde Pública divulgado ontem.

O país, que vive uma situação de calamidade pública há mais de um ano, tem um total de 76.787 casos , dos quais 10.985 activos e 1.756 óbitos.

 

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