O Governo angolano reconheceu hoje que “não tem sido fácil controlar o excesso de lotação” que se verifica diariamente nos transportes públicos, sobretudo em Luanda, visando travar a propagação da covid-19, admitindo estar-se diante de “um grande desafio”.
Segundo o ministro dos Transportes angolano, Ricardo de Abreu, “há um grande desafio a nível dos transportes públicos”, particularmente em Luanda, cuja taxa de ocupação limitada passou dos 50% para os atuais 75% e “desde logo criou desafios aos operadores”.
Para o governante que respondia hoje às inquietações apresentadas pelos partidos políticos na oposição sobre o “excesso de lotação” nos transportes públicos em Luanda, contrariando as regras de biossegurança, umaa situação que “muitas vezes não é fácil de controlar”.
“Esse trabalho de coordenação a nível de dos transportes públicos é feito em coordenação com o Governo de Luanda, particularmente e com os órgãos de defesa e segurança, procurando evitar que haja de facto um excesso de lotação nos transportes públicos”, frisou.
“O que muitas vezes não é fácil de conseguirmos controlar. É aí mais uma vez que também os partidos políticos podem ter um papel importante na limitação de circulação de pessoas evitando ao máximo à sua mobilidade”, realçou.
A inquietação sobre condição dos transportes públicos, “com passageiros quase que ensardinhados”, foi apresentada por Lázaro Kakunha, secretário-geral adjunto da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola, na oposição angolana), durante uma reunião com a Comissão Multissetorial de Prevenção e Combate à Covid-19 em Angola.
A “preocupação” foi reiterada pelos representantes da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) e do Partido de Renovação Social (PRS) ao encontro em que foi abordado.
Ricardo de Abreu deu conta também sobre a questão ligada aos passaportes sanitários, em Angola, afirmando que a temática “está em fase inicial de discussões” porque “há medidas que ainda estão em curso e nós estamos também a persegui-las”.
“Que têm a ver com mecanismos eletrónicos de segurança para as viagens, portanto a IATA (Associação Internacional dos Transportes Aéreos) lançou uma iniciativa que se chama “IATA Travel Pass” onde uma ferramenta eletrónica congrega o conjunto de informação segura do passageiro”, explicou.
Segundo ainda o ministro dos Transportes angolano, um grupo de trabalho “está neste momento a fazer análise e a subscrição da referida aplicação da IATA no sentido de a introduzirmos em Angola”.
“A vantagem que temos, e alguns passos que já demos na prática, passa pela integração de sistemas electrónicos entre saúde, migratório, e depois os operadores dos transportes aéreos”, concluiu.
Angola soma 38.682 casos positivos da covid-19, 894 mortes, 33.079 recuperados, 4.709 ativos desde o início da pandemia.