O Presidente angolano, João Lourenço, sugeriu hoje a criação de um banco de investimento para a CPLP para desenvolver o potencial económico dos países que integram a organização
“Podemos ser uma força económica relevante se trabalharmos para isso, deixamos o desafio de se começar a pensar na pertinência e viabilidade de criação de um banco de investimentos da CPLP”, sugeriu João Lourenço, no discurso de encerramento da XIII Conferencia de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que hoje terminou em Luanda.
A criação de um potencial banco está alinhada com a intenção de inclusão de um novo pilar económico e empresarial, uma das prioridades da presidência angolana da CPLP, que hoje começa.
João Lourenço sublinhou que durante a cimeira os chefes de Estado e do Governo tiveram oportunidade de discutir questões relevantes para os respetivos países e fixar um quadro de cooperação mais consentâneo com a atual conjuntura internacional.
“A crise sanitária provocada pela covid-19 obrigou todos os países a observar dolorosas medidas de biossegurança e redução de atividade económica e de circulação de pessoas e obrigou a alterar a forma de relacionamento entre países e pessoas, mas não deve impedir de diversificar as economias”, notou.
“Temos de encontrar novas formas, mais criativas de nos adaptar a esta nova realidade e conviver com uma pandemia que já vai no seu segundo ano. É indispensável tornar mais atrativas as nossas economias e explorar a sua complementaridade, aumentando trocas comerciais e investimentos cruzados”, destacou o Presidente angolano.
João Lourenço salientou que os países da CPLP têm “um enorme potencial económico industrial, agropecuário, pesqueiro e turístico em muitos casos ainda por explorar” e que deve merecer mais atenção para transformar o potencial em riqueza real.
“Podemos ser uma força económica relevante se trabalharmos para isso”, exortou o chefe do executivo angolano, deixando o desafio “de se começar a pensar na pertinência e viabilidade de criação de um banco de investimentos da CPLP”, ainda que a possibilidade seja, para já, remota.
João Lourenço realçou ainda que têm sido dados passos significativos noutras áreas de cooperação como a promoção da língua portuguesa, a concertação política e a frente cultural e destacou a atratividade da CPLP, medida pelo crescente pedido de outros estados e organizações internacionais para observadores associados ou consultivos.
O Presidente angolano considerou como um dos principais desafios o da livre circulação entre os países-membros da CPLP e considerou que a mobilidade é decisiva para a cooperação económica e maior aproximação entre os povos.
“Temos ainda um caminho a percorrer, precisamos de trabalhar na definição das formas de tornar realidade a materialização faseada, mas efetiva desta vontade aqui manifestada e que reflete a vontade dos nossos povos”, vincou João Lourenço, a propósito do acordo de mobilidade hoje assinado e que constitui o ponto alto da cimeira.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP, que hoje celebra 25 anos.