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CPLP: Recuperação da economia será “prioridade de Angola” na presidência da CPLP

Líderes querem união dos países lusófonos para respostas melhores aos problemas da pandemia. Reuniões marcadas essa semana e para novembro servem para alinhar objetivos financeiros e comerciais do bloco.

O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, é recebido esta quinta-feira (30.09), em Lisboa, na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A agenda está focada na necessidade de mais cooperação económica entre os pares lusófonos.

Segundo o embaixador angolano Oliveira Encoge, esta é a prioridade central da presidência angolana da organização. O diplomata assumiu a partir desta terça-feira (28/09), na capital portuguesa, o lugar de novo representante permanente de Angola junto da CPLP. Ele também considera que o combate à pandemia da Covid-19 faz parte dos novos desafios que devem, igualmente, merecer a atenção da presidência angolana da CPLP, entre 2021 e 2023.

Zacarias da Costa, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, defende uma melhor coordenação dos esforços e recursos para fazer face ao impacto negativo provocado pelo surto do coronavírus nos países de língua portuguesa. Conta que em reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros em Nova Iorque, nos Estados Unidos, o assunto foi trazido à tona. Segundo Da Costa, “cada país já tem os seus mecanismos nacionais de resposta [à pandemia]”, contudo, é preciso “coordenar-se conjuntamente”.

Consolidação económica 

Da Costa é o novo secretário executivo da CPLP. Ele falava à imprensa, esta terça-feira, após a entrega das cartas credenciais do embaixador Oliveira Encoge. Em declarações aos jornalistas, o diplomata angolano deu conta, por sua vez, da visita que o ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, realiza esta semana à sede da CPLP na capital portuguesa, tendo como prioridade ações para a consolidação do pilar económico.

A visita deve abarcar a primeira sessão do Conselho de Concertação Permanente (CCP), sob a presidência de Angola. Oliveira Encoge também adiantou que está prevista uma reunião para a discussão de finanças, economia e comércio na segunda quinzena de novembro. “Os titulares destes setores irão debruçar-se sobre vários aspetos. Este é só um marco de início desta ação com o objetivo de consolidarmos esse novo pilar”, explicou.

Presidência angolana

Apesar deste foco, adiantou Oliveira Encoge, Angola assume uma presidência de continuidade, mas tomando em consideração os novos desafios impostos pela crise despoletada pelo surto da Covid-19. “Cabo Verde terminou a sua presidência com êxito e nós, o que iremos fazer será pegar naquilo que, eventualmente, não tenha sido concluído e prosseguir. Os desafios hoje são novos em função também do momento que vivemos”, disse.

Zacarias da Costa garantiu todo o empenho do secretariado executivo na concretização do programa da presidência angolana da Comunidade, encetando todos os esforços para que os objetivos da organização sejam cumpridos.

Luanda acolheu em julho a XIII conferência dos chefes de Estado e de Governo da CPLP, altura em que foram apresentados os fundamentos do programa da presidência angolana da organização.

O analista e jornalista angolano Carlos Gonçalves acredita que Angola pode fazer mais pela projeção da CPLP, para além da expetativa em relação à mobilidade assumida por Cabo Verde.

Em entrevista à DW África, Gonçalves afirmou que o Presidente João Lourenço assume que esta presidência tem que fazer mais para o fomento das relações empresariais, ajustando também a política de diplomacia económica estabelecida pelo Ministério das Relações Exteriores de Angola. “Além disso também é função da nova presidência aproximar os cidadãos da Comunidade”, ressaltou.

O analista acredita, por outro lado, que Angola também pode colocar a favor da CPLP a sua experiência na gestão de segurança na região dos Grandes Lagos. Face ao interesse externo, Gonçalves propõe ainda a criação de “uma plataforma integradora de projeção de diálogo com outras comunidades similares como a CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] e a própria SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral]”, as quais “podem trazer contribuições inter-regionais muito interessantes”.

 

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