O ministro dos Petróleos e Recursos Minerais destacou hoje o papel de Angola na erradicação dos “diamantes de sangue” e salientou a importância deste mineral para a economia angolana, com a recuperação dos preços a abrir perspetivas positivas.
Diamantino Azevedo discursava na abertura da ‘Angola International Diamond Conference’ (AIDC), que decorre no Polo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, capital da Luanda Sul, província que se destaca pela sua riqueza neste recurso mineral.
O governante salientou a “visão futurista do executivo” de tornar Angola a médio prazo num produtor global de diamantes “relevante, estável e responsável”, apontando o polo construído em 18 meses como um reflexo desta vontade de rápido desenvolvimento económico e social tendo o diamante como mola impulsionadora.
Azevedo disse ainda que Angola foi um dos precursores e membro fundador do sistema de certificação do processo Kimberly , enquanto órgão das Nações Unidas que trabalha na prevenção dos conflitos políticos relacionados com uso abusivo dos diamantes e violação dos direitos humanos nas comunidades e regiões onde são extraídos.
“Com isso, Angola desempenha um papel importante para a erradicação dos diamantes de sangue”, apontou.
Diamantino Azevedo mostrou-se também otimista quanto aos sinais de recuperação do preço do diamante, após alguma instabilidade do mercado fruto da pandemia, para o estímulo desta atividade abrindo perspetivas mais positivas para o desenvolvimento da cadeia de valor deste mineral.
A nível interno, apontou medidas de reestruturação do setor que garantem maior transparência do sistema de comercialização, bem como negociação justa entre os intervenientes de acordo com as regras de mercado, que, além de estimular a produção de diamantes, concorrem também para a melhoria da arrecadação de receitas.
Outros dos objetivos da estratégia gizada para acrescentar valor nesta cadeia são a implementação da bolsa de diamantes e o desenvolvimento da indústria de lapidação.
“O diamante como segunda fonte atual de exportação e de divisa do nosso país é um bem essencial para a recuperação económica e desenvolvimento, quer como fator de empregabilidade, quer como para arrecadação de receitas do Estado”, frisou, acrescentando que a juventude deve ter formação profissional direcionada para esta área.
Diamantino Azevedo dirigiu também um apelo aos responsáveis das empresas do setor, garantindo que “Angola é o destino certo para investimentos na indústria diamantífera” e que executivo assegura todo o apoio institucional, traduzido na desburocratização e na “lisura e transparência de ações”.
Segundo o ministro, Angola está no bom caminho e deve alcançar a sua meta de produção de diamantes este ano: cerca de 9 milhões de quilates — tendo alcançado até outubro uma produção de 6,5 milhões.
Para 2022, a meta é aumentar a produção para 10 milhões de quilates.
A AIDC, que tem como objetivo divulgar a qualidade dos diamantes de Angola e atrair mais investimentos privados, realiza-se até sábado e tem como lema “Angola: Destino para o Investimento Sustentável na Indústria de Diamantes”, contando com responsáveis ministeriais e de multinacionais dos diamantes, bem como especialistas nacionais e internacionais da área.
Angola é o quinto maior produtor mundial de diamantes e ocupa a segunda posição em África, a seguir ao Botsuana.