O principal motivo da recente viagem de João Lourenço ao Dubai foi um encontro com o seu antecessor, José Eduardo dos Santos, o qual teve lugar.
Segundo a Newsletter África Monitor (Edição por assinatura), na perspectiva de João Lourenço, uma reaproximação a José Eduardo dos Santos, propósito associado ao encontro, poderia contribuir para refazer/reforçar a unidade interna do MPLA e do regime, abalada pela existência de uma ala conotada com o anterior PR – simultaneamente crítica do actual.
De acordo ainda com a fonte, a intenção de relativizar a importância do encontro, presente em versões que atribuem a viagem a razões de saúde e económicas, é vista como destinando-se a poupar João Lourenço do embaraço político e pessoal que o verdadeiro propósito da viagem poderia vir a acarretar para si próprio tendo em conta factores como o que o referencia como “agente” do clima de mal estar e animosidade que se instalou entre si próprio e José Eduardo dos Santos na esteira da sua investidura.
Na escolha do Dubai como local para João Lourenço ser visto por dois médicos, um norte-americano e um espanhol, que do antecedente acompanham problemas de saúde de que padece, e que para o efeito se deslocaram dos seus países, foi tido em conta o facto de José Eduardo dos Santos se encontrar ali, instalado num hotel, desde há cerca de dois meses. Manuel Vicente (MV) que a pedido de João Lourenço teve um papel de intermediário, também se encontrava no Dubai. Albino Malungo, embaixador angolano, é também próximo de João Lourenço.
De acordo com informações não inteiramente verificadas, mas consideradas verosímeis, a oportunidade da viagem de João Lourenço ao Dubai também obedeceu ao fito de evitar que uma eventual deslocação de José Eduardo dos Santos á Angola, anunciada para Março, tivesse lugar ainda num clima de mal-estar entre ambos.
Terá havido o receio de que uma deslocação de José Eduardo dos Santos á Angola em tais circunstâncias pudesse vir a ser aproveitada pelos adversários internos de João Lourenço em termos capazes de agravar ainda mais as divisões no “aparelho”, adianta a publicação editada em Lisboa.