O Produto Interno Bruto (PIB) de Angola fixou-se em 0,3% nos primeiros três meses de 2023, em termos homólogos, e recuou 1,1% face ao trimestre anterior, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano.
Segundo a Folha de Informação Rápida, a que a Lusa teve acesso, esta é a primeira vez que o PIB trimestral desliza para terreno negativo desde o segundo trimestre de 2021
O recuo na atividade de exploração e refinação de petróleo (1,11 pontos percentuais) esteve na base da variação trimestral negativa e crescimento anémico do primeiro trimestre de 2023.
Também tiveram impacto negativo as atividades de transporte e armazenagem (0,80 pontos percentuais), extração de diamantes (0,59 pontos percentuais), pesca (0,56 pontos percentuais), intermediação financeira e de seguros (0,08 pontos percentuais).
Em termos homólogos, “o Valor Acrescentado Bruto (VAB) do petróleo teve uma queda de 8,0%, no primeiro trimestre de 2023, em relação ao trimestre homólogo, contribuindo negativamente em 2 pontos percentuais para a variação total do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola“.
Esta variação é resultante a perdas na produção planeadas e não planeadas por razões operacionais, acrescenta o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em sentido contrário, o VAB teve um crescimento de 22,9% face ao trimestre homólogo, contribuindo positivamente em 0,32 pontos percentuais para a variação total do PIB, um aumento significativo que se deveu à produção industrial de diamantes provenientes da mina do Luaxe e Tchegi.
Também a agricultura teve um desempenho positivo, ao contrário das pescas, afetadas pela baixa captura da pesca marítima, associada a fatores climáticos (migração das espécies).
Os transportes foram a atividade com maior crescimento homólogo (27,1%, no primeiro trimestre de 2023) contribuindo positivamente em 0,81 pontos percentuais para a variação total do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola.
“O aumento deveu-se ao crescimento exponencial no setor, fruto de aumento de frequências de voos regionais e intercontinentais e aumento da frota de autocarros”, justifica o Instituto Nacional de Estatística (INE).