Organizações que lutam pela implementação das autarquias em Angola não prevêem a realização de eleições autárquicas nos próximos dois anos. Dizem que o Presidente João Lourenço não está a honrar a sua palavra.
Depois do adiamento das eleições autárquicas, em 2020, a sociedade e os partidos da oposição exerceram pressões na imprensa e nas ruas, exigindo a sua materialização. Mas, nos últimos tempos, pouco ou quase nada se fala sobre o assunto, que tem sido substituído por outros temas como a corrupção. Será que o processo autárquico foi esquecido?
Fernando Sakwayela, membro do Projeto Agir, integrado no movimento Jovens pelas Autarquias, diz que a situação é preocupante, “pelo facto de o Presidente fechar-se em copas em relação ao assunto, evitar a discussão pública.”
Até ao preciso momento, critica ainda o ativista, João Lourenço ainda “não recebeu em audiências o movimento Jovens pelas Autarquias, que remeteu quer à assembleia quer a presidência, quer aos partidos políticos com assento no Parlamento, um cronograma de ações que culminariam com a realização de eleições autárquicas em 2021.”
Falta de vontade política?
Inocêncio de Brito, ativista cívico e membro do “Mudar Viana”, uma iniciativa de emancipação da cidadania e participação comunitária, não acredita na realização de autárquicas nos próximos dois anos por alegada falta de vontade política do partido governante, o MPLA.