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Eleições Gerais 2022: Líderes partidários angolanos “apelam ao voto” mas oposição reitera críticas

Os Líderes das formações concorrentes às eleições de hoje em Angola, e com assento parlamentar no parlamento eleito em 2017, destacaram na hora de votar a importância da votação, mas reiteraram críticas ao processo.

Os líderes das formações concorrentes às eleições de hoje em Angola, e com assento parlamentar no parlamento eleito em 2017, destacaram na hora de votar a importância da votação, mas reiteraram críticas ao processo.

O destaque à importância da votação foi a única coincidência nas declarações feitas por cada um, tendo Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA e principal adversário político de João Lourenço, presidente do MPLA e candidato ao segundo mandato na chefia do Estado, voltado a criticar a organização do processo eleitoral.

Depois de votar no bairro 28 de Agosto, em Luanda, um aglomerado de casas antigas e chão de terra, Adalberto Costa Júnior disse esperar que “os votos sejam todos contados” nas eleições em que a União Nacional para a Independência de Angola (UNITA), o principal partido da oposição, tenta destronar o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder).

“Fiz a minha atualização” do registo eleitoral e “percebi que fui deslocado para outro local”, mas “fiquei satisfeito e votei no meio do meu povo e constatei que a votação está a ser feita sem cadernos eleitorais aos fiscais, apenas um caderno eleitoral na mesa”, afirmou aos jornalistas Adalberto Costa Júnior, instantes depois de votar na Escola Estrela da Manhã, na zona do Kilamba.

“Ainda assim eu faço um apelo a todos os angolanos: vamos todos ao voto. Hoje é um dia histórico é um dia em que eu espero que todos votem em ambiente de absoluta tranquilidade e no respeito das leis”, afirmou Costa Júnior.

O candidato da UNITA disse esperar que seja possível “cumprir com a festa que são as eleições” e que “os votos sejam todos, mas todos respeitados”.

O candidato do MPLA que se recandidata a um novo mandato como Presidente da República, João Lourenço, votou às 08:00 na assembleia de voto n.º 105, apelando aos eleitores a que exerçam o seu direito de voto.

“Acabámos de exercer o nosso direito de voto, é rápido e é simples”, disse João Lourenço, exibindo o dedo indicador com tinta indelével e convidando os cidadãos eleitores a fazerem o mesmo.

No meio de uma enorme confusão de jornalistas que envolveram João Lourenço para registar o momento, o candidato do MPLA salientou que todos saem a ganhar: “é a democracia que ganha, é Angola que ganha”, declarou.

Manuel Fernandes, líder da única coligação concorrente às eleições de hoje, a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), manifestou, depois de votar, “plena confiança” no resultado eleitoral do atual terceiro partido com mais assentos no parlamento angolano.

“Temos a plena certeza de que, depois de uma profunda reflexão, e olhando as várias propostas de programa de Governo, sem sombra de dúvida, a CASA-CE vai ter resultados positivos”, afirmou Fernandes, que votou de manhã no Bairro Militar, em Talatona, arredores da capital angolana.

O candidato do Partido de Renovação Social (PRS) a Presidente da República de Angola, Benedito Daniel, votou às 09:00 na assembleia 1.377, no Instituto Superior Politécnico do Bita, em Luanda, e manifestou “sentimento de alegria e de dever cumprido”, exortando à afixação das atas sínteses nas assembleias.

“O sentimento é de alegria, é um dever cumprido e hoje é dia de festa, tínhamos de votar, viemos e exercemos o nosso direito de voto e esperamos que os cidadãos também possam exercer o seu direito de voto”, afirmou o líder do PRS, após exercer o seu direito de voto.

O último partido com assento parlamentar, a histórica Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Nimi a Simbi, manifestou-se otimista de que a sua formação “vai vencer” as eleições, “porque quem vai para o combate não vai para perder”, tendo enaltecido o cumprimento do seu dever cívico.

Nimi a Simbi, que votou numa das urnas da assembleia 1.371, em Viana, Luanda, acredita que o seu partido vai vencer o sufrágio e formar Governo.

As quintas eleições gerais em Angola perpetuam a disputa entre os dois principais partidos do país, o MPLA (governo) e a UNITA (oposição), que tentam conquistar a maioria dos 220 lugares da Assembleia Nacional.

João Lourenço, atual Presidente, tenta um segundo mandato e tem como principal adversário Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA.

No total, concorrem oito formações políticas que tentam conquistar o voto dos 14,4 milhões de eleitores. As cerca de 13 mil assembleias de voto no país e diáspora abriram às 07:00 e encerram às 17:00 (mesma hora em Lisboa).

O processo eleitoral, que tem cerca de 1.300 observadores nacionais e internacionais, tem sido criticado pela oposição, considerando-o pouco transparente.

 

 

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