O comandante geral da polícia angolana disse hoje que as forças de segurança “estão aptas para responder a qualquer tentativa de subversão” durante as eleições de quarta-feira e exortou os cidadãos a “não permanecerem” nas assembleias após o voto.
Segundo Arnaldo Carlos, aos cidadãos eleitores em geral, “a lei exige uma conduta cívica e ordeira, sendo que é proibida a presença nas assembleias de voto de indivíduos embriagados e daqueles que já tenham exercido o seu direito de voto”.
“Depois do voto, cada cidadão pode voltar à sua rotina diária, não sendo necessário permanecer na assembleia de voto, porque todos os partidos políticos concorrentes às eleições de 2022 têm dos seus representantes nas assembleias de voto para tratarem das questões referentes ao escrutínio”, disse hoje o comandante geral.
Arnaldo Carlos, que falava hoje no ato formal de avaliação do estado de prontidão do efetivo para garantir a segurança das eleições de quarta-feira, 24 de agosto, referiu que as forças de defesa e segurança estão preparadas.
Estas estão também preparadas para resposta a qualquer tentativa de subversão da ordem e tranquilidade públicas, pelo que “apela à população no sentido de evitar o envolvimento em atos suscetíveis de perturbar o funcionamento das assembleias de voto” ou “violar os pressupostos essenciais da ordem e segurança públicas”.
O responsável fazia assim alusão ao movimento “Votou, Sentou”, promovido por alguns partidos na oposição e pela sociedade civil, que defendem a permanência de eleitores nas imediações das assembleias depois do voto.
As forças da polícia nacional angolana para garantir a segurança das quintas eleições gerais angolanas foram apresentadas hoje na Unidade Operativa de Luanda e efetivos de todos os órgãos afetos ao Ministério do Interior estiveram em parada e garantiram prontidão e que estão em estado de prevenção a 100%.
A mobilização de todo o efetivo da polícia angolana justifica-se, segundo Arnaldo Carlos, “tendo em conta a complexidade do processo e a necessidade de garantir a execução plena do plano” de segurança para as eleições, salientou.
“Foi determinado o estado de prevenção a 100% para todo o efetivo mobilizado para esta operação que envolve fundamentalmente a proteção e segurança das instalações e bens dos órgãos da administração eleitoral, a segurança das assembleias de voto e, em termos gerais, a dos eleitores no dia da votação e não só”, explicou.
Por imperativo legal, observou, no dia da votação, as forças de segurança pública “estarão colocadas a uma distância de 100 metros das mesas de assembleia de voto, em estado de prontidão e vigilância redobradas para evitar qualquer ato que ponha em causa o seu funcionamento e a segurança dos eleitores”.
Para o comissário geral da polícia angolana, “as lições apreendidas das eleições anteriores, dão a certeza de que o momento será igualmente de festa e o ato de votação se realizará num ambiente de redobrado civismo e ordem”.
Arnaldo Carlos disse igualmente que a situação de segurança pública no país “é estável” por se registarem “diminuições nas estatísticas dos crimes que geralmente influenciam o sentimento de segurança das populações”.
“Felizmente, este contexto securitário contribuiu para que os períodos de pré-campanha e o de campanha eleitoral, que hoje termina, decorressem de forma pacífica, cívica e ordeira”, notou.
“Até aqui assistimos a uma verdadeira festa da democracia”, sinalizou o oficial superior da polícia angolana neste último dia de campanha eleitoral, que se iniciou em 24 de julho passado.
O comandante geral assegurou que as fronteiras nacionais “estão a ser intensamente patrulhadas, sendo que no dia 24 de agosto todos os movimentos fronteiriços de entrada e saída do país não serão permitidos, desde a abertura até ao fecho das assembleias de voto”.
Exortou ainda os efetivos a adotarem uma conduta que “expresse atitude e rigor profissional que caraterizam qualquer instituição castrense, fundamentalmente uma postura de coesão, de disciplina, de organização, de respeito e prontidão”.
Oito forças políticas, nomeadamente sete partidos e uma coligação de partidos, concorrem a estas eleições que vão eleger o Presidente da República, o vice-Presidente e os deputados à Assembleia Nacional.