Todas as assembleias de voto para as eleições gerais de hoje em Angola estavam encerradas pelas 18:30 locais, após mais de 10 horas à disposição dos cerca de 14,4 milhões de eleitores, anunciou o porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional (CNE).
“Todas as 13.338 assembleias de voto no país e no exterior estão encerradas”, disse Lucas Quilunda, em declarações no Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), em Luanda.
Do total de 14.399 milhões de eleitores, que estavam registados puderam votar a partir das 07:00 e até às 16:00 (horas locais, a mesma hora em Lisboa), um total de 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.
O fecho das urnas era às 16:00, mas as autoridades afirmaram que os cidadãos que estivessem a aguardar a sua vez para votar, poderiam fazê-lo, mesmo após a hora oficial.
Os líderes das formações concorrentes às eleições de hoje em Angola, e com assento parlamentar no parlamento eleito em 2017, destacaram na hora de votar a importância da votação, mas reiteraram críticas ao processo.
O destaque à importância da votação foi a única coincidência nas declarações feitas por cada um, tendo Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA e principal adversário político de João Lourenço, presidente do MPLA e candidato ao segundo mandato na chefia do Estado, voltado a criticar a organização do processo eleitoral.
A oposição tem criticado a transparência do processo eleitoral, acusando o partido governamental, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de o instrumentalizar e colocar em causa a transparência.
A polícia angolana mobilizou desde segunda-feira todo o efetivo, devido às eleições, até quinta-feira, e 75% dos meios entre “26 de agosto e 06 de setembro”.
As “medidas de prevenção” e segurança, de acordo com uma diretiva do Ministério do Interior angolano, vão vigorar até 01 de setembro, em que está prevista a “tomada de posse dos membros eleitos”.
Segundo a polícia angolana, estão mobilizados 35.930 elementos para assegurar a segurança das assembleias de voto.
Além do MPLA, concorrem às quintas eleições gerais angolanas a União Nacional para a Independência de Angola (UNITA), maior partido da oposição, com quem deverá partilhar a esmagadora maioria dos 220 lugares da Assembleia Nacional e, segundo a Constituição, os dois primeiros da lista nacional do partido mais votado serão, automaticamente, Presidente e vice-presidente do país.
O MPLA indica João Lourenço (candidato à reeleição) e Esperança Costa, para Presidente e vice-presidente do país. Já a UNITA indica o seu líder Adalberto Costa Júnior e, como número dois, Abel Chivukuvuku, fundador e antigo líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), o terceiro partido com mais assentos parlamentares.
Além do MPLA e da UNITA, concorrem mais seis formações políticas: CASA-CE, Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Partido de Renovação Social (PRS), Aliança Patriótica Nacional (APN), Partido Humanista de Angola (PHA) e Partido Nacionalista para Justiça em Angola (P-Njango).