A UNITA apresentou hoje o seu manifesto eleitoral em Benguela, com o líder do maior partido da oposição angolana a apelar ao voto na alternância, prometendo “um governo de competentes, e não de partidários, para servir Angola”.
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) apresentou o manifesto na presença do número 1 da lista e candidato a Presidente da República, Adalberto da Costa Júnior, e do número 2 e candidato a vice-presidente, o coordenador do projeto político PRA JÁ Servir Angola, Abel Chivukuvuku, no dia que marca o início da campanha.
O popular cantor angolano Bonga é o interprete da música oficial da campanha, que foi hoje também apresentada e que “já viralizou”, segundo o diretor da campanha e dirigente do partido do “Galo Negro”, Paulo Lukamba Gato.
Antes da apresentação do manifesto, Adalberto da Costa Júnior voltou a insistir na “visão plural” que o partido, apoiado por uma “ampla frente patriótica para a alternância” tem para Angola, prometendo “um diálogo entre diferentes, para além dos muros partidários”.
“O nosso projeto é a construção tão adiada de Angola, um país que não é sequer capaz de dar cidadania aos seus filhos”, salientou o presidente da UNITA, mostrando-se confiante nas “demonstrações diárias de apoio” e no lema escolhido para a campanha, “A hora é agora”.
“Não são títulos de jornais encomendados e sondagens que pretendem enganar os angolanos”, disse o líder da UNITA, que foi recebido com um banho de multidão na véspera em Benguela, segunda maior cidade angolana, criticando os meios de comunicação social públicos.
Adalberto da Costa Júnior promete “um Governo de competentes e não de partidários para servir Angola”, para resgatar o que foi posto em causa durante os cinco anos de governação de João Lourenço, Presidente de Angola e do MPLA o partido que governa Angola há 38 anos e seu principal adversário.
“Os partidos não são mais importantes do que o país, é Angola que conta”, disse o dirigente da UNITA, assumindo compromissos como a reforma do Estado e da administração partidária e a concretização do poder local no prazo de um ano.
O manifesto foi apresentado pelo primeiro-ministro do governo sombra, João Vahekeni, e compõe-se de uma parte elencando os desafios prioritários e outra em que são definidos os eixos estratégicos da governação.
Entre os desafios estão o combate à pobreza, saúde, fomento à habitação, desenvolvimento rural e urbano educação e cultura, família, igualdade de género e criança, juventude e desportos, mulher e inserção social para antigos combatentes.
Definem-se quatro eixos estratégicos de governação: emergência nacional, reforma do Estado, responsabilidade e solidariedade social e desenvolvimento económico e sustentável.
A UNITA apresenta-se às eleições gerais marcadas para 24 de agosto com um programa eleitoral de Governo inclusivo e participativo, apoiado pela Frente Patriótica Unida que inclui membros da sociedade civil e de outras forças partidárias.
Na sessão, que antecede o lançamento da campanha eleitoral, estiveram também presentes membros do Bloco Democrático, que integram as listas da UNITA, como Justino Pinto de Andrade, dirigentes da UNITA, entre os quais o secretário provincial, Adriano Sapiñala, e elementos da sociedade civil como o empresário Francisco Viana, candidato a deputado, recentemente desvinculado do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder).