A UNITA, oposição angolana, reiterou hoje o apelo dos eleitores se concentrarem nas imediações das assembleias de voto, após votarem “para verificarem a ata síntese, por ser um ato legal”, e criticou a “histeria” do órgão eleitoral.
“Por esta razão a UNITA vai manter o discurso, vamos continuar a apelar aos cidadãos para que se mantenham na assembleia e esperam o resultado, ou seja, se mantenham próximo da assembleia à distância que a lei permite, para que no fim, antes de ir a casa, saibam o resultado na sua assembleia através da ata que vai ser fixada”, afirmou o secretário nacional para os Assuntos Eleitorais da UNITA, Faustino Mumbika.
O responsável da União Nacional para a Independência Total de Angola nega que a presença de eleitores nas imediações de uma assembleia de voto seja ilegal, “como a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) tem estado a anunciar”.
“Quando se diz que é ilegal só se estiver a considerar que o indivíduo vota e fica dentro da assembleia, de resto a lei permite os cidadãos depois de exercerem o seu direito de voto podem permanecer nas áreas próximas da assembleia a uma distância”, respondeu à Lusa, durante uma conferência de imprensa, em Luanda.
As eleições gerais angolanas, o quinto escrutínio na história política do país, estão marcadas para 24 de agosto e participam do processo oito forças políticas que estão em campanha eleitoral.
O presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Manuel Pereira da Silva, apelou na terça-feira aos magistrados do Ministério Público angolano no sentido impedirem a eventual concentração de cidadãos junto às assembleias de voto depois de terem votado, fazendo “cumprir a lei”, no âmbito do propalado movimento “Votou, Sentou”, promovido pela oposição e a sociedade civil angolana.
Faustino Mumbika, também responsável da defesa e controlo do voto na estrutura de campanha eleitoral do UNITA, recordou hoje que no fim do apuramento na assembleia é fixada uma cópia da ata síntese “para que os eleitores saibam de facto o resultado na sua assembleia”.
“Por isso estamos a apelar aos cidadãos que depois de exercerem o seu direito de voto, de forma ordeira e uma distância que não perturba os trabalhos internos da assembleia aguardem pelo seu resultado, simplesmente isso”, insistiu.
“Agora o que é muito estranho é o porquê a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) se escandaliza tanto com a permanência de cidadãos eleitores pacificamente a uma distância da assembleia que a lei até permite, isto é que se torna de facto muito estranho”, atirou o político dos “maninhos”.
Faustino Mumbika considerou também as críticas da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) como uma “gritaria” que, no seu entender, se traduz na pretensão do órgão eleitoral de querer “repetir as violações de sempre de não afixar as atas nas assembleias de voto”.
“Só pode ser isso que pode justificar esta histeria que estamos a assistir e, infelizmente, enquanto se faz histeria contra um ato que até a lei permite a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) faz silêncio contra violações à lei e até pratica violações à lei, aqui talvez apelamos também à PGR (Procuradoria-Geral da República)”, rematou.