Continua em aberto o desfecho da corrida à Casa Branca, dois dias depois da votação. Por enquanto, o candidato democrata Joe Biden permanece mais perto da vitória do que o seu rival, o presidente cessante Donald Trump que hoje no Twitter disse que a sua equipa iria contestar na justiça os resultados nos Estados onde Joe Biden é dado como vencedor.
“Todos os Estados recentemente reivindicados por Biden serão contestados por nós no campo jurídico devido à fraude eleitoral “escreveu na rede Twitter o Presidente cessante sem apresentar provas do que afirma, nem mencionar os Estados onde pretende apresentar recursos judiciais.
Segundo as últimas projecções que variam consoante os dados contabilizados pelos diferentes institutos que monitorizam as eleições americanas, o candidato democrata Joe Biden obteve pelo menos 253 grandes eleitores ou, na melhor das hipóteses, 264. Entretanto, Donald Trump, continua atrás, com 214 dos 270 grandes eleitores necessários para ser dado como vencedor.
Actualmente, os Estados do Nevada, Arizona, Pensilvânia, Carolina do Norte, Geórgia e Alasca continuam em processo de contagem dos votos. Se a Geórgia e o Nevada poderiam divulgar os seus resultados eleitorais ainda nesta Quinta-feira, considera-se que no Arizona e na Pensilvânia, a contagem dos votos poderia ainda prolongar-se perante, nomeadamente, o afluxo massivo de votos por correspondência.
Na Pensilvânia, onde o presidente cessante está à frente, Trump já se declarou vencedor apesar de a contagem não ter terminado e apesar da sua vantagem diminuir com a contabilização dos boletins por correspondência. Nesse Estado, assim como na Geórgia, a sua equipa reclamou a suspensão da contagem dos votos. A campanha republicana indicou igualmente ter reclamado uma nova contagem dos votos no Wisconsin e no Michigan, onde Joe Biden foi dado vencedor mas com uma curta vantagem.
Neste contexto, galvanizados pelo Presidente cessante, alguns dos seus apoiantes desceram ontem à noite à rua, em Nova Iorque, Atlanta, Detroit e Oakland para protestar contra o que qualificam de “fraude” e exigir uma nova contagem dos votos, em manifestações marcadas por dezenas de detenções.
A nível externo, a confusão que continua a reinar em torno deste processo eleitoral, também não deixou de suscitar reacções. O Irão extasiou-se perante o que qualifica de “espectáculo” enquanto a Rússia, frequentemente acusada de ingerência, apontou as “lacunas evidentes” do sistema eleitoral americano. Já o chefe do governo da Eslovénia, país de origem da primeira-dama americana, felicitou Donald Trump por antecipação.