A Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade (ENDE) foi a empresa angolana do Setor Empresarial Público com maiores prejuízos estimados em 128,5 mil milhões de kwanzas (142,3 milhões de euros) em 2022, e está em falência técnica.
Os dados agregados sobre o desempenho do Setor Empresarial Público (SEP) relativamente ao exercício económico de 2022 foram apresentados hoje, em Luanda, pelo Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE) angolano.
A ENDE lidera a lista das empresas do SEP com maiores prejuízos em 2022, o Banco de Poupança e Crédito (BPC), maior banco de capitais públicos, é o segundo da lista com prejuízos de 120,4 mil milhões de kwanzas (133,3 milhões de euros).
Desta lista constam ainda a Companhia de Bioenergia de Angola (Biocom) com 35,5 mil milhões de kwanzas (39,2 milhões de euros), seguida dos Caminhos de Ferro de Benguela (CFB) com prejuízos de 14,6 mil milhões de kwanzas (16 milhões de euros), da Televisão Pública de Angola (TPA) com 13,7 mil milhões de kwanzas (15 milhões de euros), e da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) com 12,5 mil milhões de kwanzas (13,8 milhões de euros).
O grupo Zahara com 11,4 mil milhões de kwanzas (12,6 milhões de euros), a Empresa Nacional de Navegação Aérea (ENNA) com 5,2 mil milhões de kwanzas (5,7 milhões de euros), a Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA) com 4,3 mil milhões de kwanzas (4,7 milhões de euros), e a Aldeia Nova com 1,8 mil milhões de kwanzas (1,9 milhões de euros) completam o quadro do SEP com maiores prejuízos em 2022.
O IGAPE enumera também um conjunto de 10 maiores empresas em falência técnica neste período liderada pela Biocom com 320,74 mil milhões de kwanzas (335 milhões de euros), seguida pela ENDE com 127,93 mil milhões de kwanzas (141 milhões de euros), o grupo Zahara com 77,25 mil milhões de kwanzas (85 milhões de euros), a Angola Telecom com 75,14 mil milhões de kwanzas (83 milhões de euros), e a TPA com 21,48 mil milhões de kwanzas (23 milhões de euros).
Segundo o relatório apresentado pelo chefe de Departamento de Acompanhamento das Empresas Públicas do IGAPE, Ednilson Sousa, as capitalizações às empresas do SEP atingiram os 422,1 mil milhões de kwanzas (489 milhões de euros).
O BPC foi a instituição pública com maior capitalização, em 2022, com 80,41 mil milhões de kwanzas (89 milhões de euros), seguido da TAAG com 39,11 mil milhões de kwanzas (35,5 milhões de euros).
A Empresa de Produção de Eletricidade (Prodel), a ENDE, a Empresa de Águas, a Rede Nacional de Transporte (RNT), o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) estão também na lista das mais capitalizadas pelo Estado em 2022.
Em 2020, “as capitalizações ao SEP atingiram 206,3 mil milhões de kwanzas (228 milhões de euros), em 2021 foram de 168,1 mil milhões de kwanzas (186 milhões de euros) e em 2022 atingiram 422,1 mil milhões de kwanzas”.
A televisão estatal angolana lidera ainda a lista de empresas do SEP que beneficiaram de subsídios operacionais, em 2022, tendo encaixado, neste período, 10,65 mil milhões de kwanzas (11,7 milhões de euros), seguida da Rádio Nacional de Angola (RNA) com 8,81 mil milhões de kwanzas (9,7 milhões de euros).
As Edições Novembro, empresa que detém o Jornal de Angola, Jornal dos Desportos, Jornal Economia e Negócios e demais títulos, a Agência Angolana de Notícias (Angop), a TV Zimbo, recuperada pelo Estado, o CFB e o Caminho de Ferro de Luanda (CFL) também figuram de lista de beneficiários de subsídios operacionais.