A oposição angolana criou a chamada Frente Unida Democrática para tirar o MPLA do poder nas eleições gerais de 2022. Mas nem todos os partidos da oposição fazem parte e alguns não reconhecem a existência da aliança.
Será que a frente criada pela oposição angolana terá pernas para andar? Esta questão é quase sempre colocada em vários segmentos da sociedade, embora muitos acreditem que a aliança já esteja a tirar sono ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o partido no poder.
Na semana passada, Adalberto Costa Júnior, presidente da União Nacional pela Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, reiterou levar o projeto avante.
“A UNITA está amplamente empenhada em liderar uma frente unida democrática para materializar a alternância do poder político em 2022 e materializar o sonho adiado de uma Angola inclusiva e participativa com um Governo que assuma o compromisso de uma ampla revisão da constituição através de um diálogo abrangente, com lideranças que devolvam a soberania ao povo com o direito de eleger o presidente da república”, afirmou o líder da UNITA.
Chances para 2022
Para além da UNITA, a chamada Frente Unida Democrática é também constituída pelo Bloco Democrático (BD) e o projeto Político PRA-JA.
Será que esta aliança vai colocar o MPLA na oposição em 2022?
“Se, de facto, essa frente unida, gizada pelos líderes Dr. Abel Chivukuvuku, Adalberto Costa Júnior e o Justino Pinto de Andrade, se realizar, e o caminho é mesmo este, nós teremos a maior oportunidade para conseguir encostar o MPLA na oposição”, responde à DW África Serafim Simeão, do projeto político de Abel Chivukuvuku.
Para este político, é preciso tentar outras formas de retirar o partido governante do poder: “Tentámos em 1992 isolados e não conseguimos, tentámos em 2008 cada partido, isoladamente, não conseguimos, tentámos em 2012, também não conseguimos, e, em 2017, o exemplo foi o mesmo”.
PRS não reconhece aliança
Não fazem parte desta aliança a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), a Aliança Patriótica Nacional (APN) e o Partido de Renovação Social (PRS).