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EUA: Bispos angolanos pedem salvaguarda do “Estado democrático” e declaração de emergência no Sul

A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) lançou um alerta para a salvaguarda do Estado democrático em Angola, realçou o crescimento da tensão pré-eleitoral e manifestou a sua preocupação com o aumento dos níveis de insegurança todo o país. Conferência Episcopal de Angola e São Tomé revela preocupação com aumento da violência e da tensão política no país.

No final da segunda Assembleia Plenária da CEAST, que começou no dia 6 e terminou nesta segunda-feira, 11, os bispos pediram ao Governo que decrete o estado de emergência no Sul do país para fazer frente à prolongada estiagem e a fome, e disseram esperar não se confundir esta tragédia com questões políticas e ou de imagem do país.

“É preciso sermos humildes e conseguirmos dizer que os nossos esforços chegaram até determinada possibilidade. É preciso pedir a ajuda da comunidade internacional”, disse em conferência de imprensa nesta segunda-feira,11, o novo porta-voz da CEAST.

Dom Belmiro Chissegueti acrescentou que “é preciso parar com o cimento e dar alimento às pessoas” e lembrou que ao recorrer à comunidade internacional Angola não estará a pedir um favor porque “faz parte dessa comunidade e até tem as suas cotas pagas nas organizações internacionais”.

Chissegueti, que deu a conhecer os resultados da reunião, destacou o “crescimento da tensão pré-eleitoral” entre os dois grandes partidos do país e disse ser necessário “que se melhore o discurso político para garantir a paz, segurança e harmonia entre os cidadãos”.

“Que haja um grande esforço de salvaguardar o Estado democrático e de direito mantendo a independência dos poderes executivo, legislativo e judicial”, pediram os bispos, dias depois de o Tribunal Constitucional ter anulado o congresso de Novembro de 2015 que elegeu Adalberto Costa Júnior presidente do maior partido da oposição.

Na abertura da reunião, na passada quarta-feira, o presidente da CEAST, Dom Filomeno Vieira Dias tinha chamado a atenção para o “aumento dos níveis de insegurança um pouco or todo o país”, com as instituições religiosas a não serempoupadas”.

Para os bispos, o país vive, “sobretudo em Luanda, situações de segurança bastante graves, os assaltos multiplicaram-se”.

“E claro que essa multiplicação de assaltos obriga-nos a tomar uma palavra, até porque duas das nossas instituições foram assaltadas durante a nossa plenária. Portanto, o que pedimos é que a polícia tenha capacidade de mobilidade para poder fazer a cobertura naquilo que toca à sua responsabilidade”, referiu Belmiro Chissengueti.

Também ligada a esse aumento da violência, está a crescente inflação que “diminuiu o poder de compra dos cidadãos”, factor que tem estado na origem do “aumento da fome devido à falta de alimentos”.

Com uma série de recomendações aos políticos e ao Governo, em especial, com destaque para a salvaguarda do Estado de Direito, a crianção de um melhor ambiente político, reforço da segurança e medidas para combater a fome, a CEAST congratulou-se com o modo como decorreram as eleições em São Tomé e Príncipe e auguraram ao novo Presidente “um desempenho fruoso e pacífico do seu cargo”.

 

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