Donald Trump sugeriu anular a vitória de Biden no colégio eleitoral do Michigan. O Presidente ainda em funções deseja que o conselho de eleições chegue a um impasse, mas será difícil tal acontecer.
Donald Trump ainda não assumiu completamente a derrota das últimas eleições presidenciais norte-americanas. Prova disso são os últimos atos do Presidente norte-americano ainda em funções. De acordo com a imprensa norte-americana, Trump ligou a dois juízes estaduais e sugeriu anular os resultados daquele estado.
Após isso, convidou não só os juízes estaduais como os líderes do Senado e da Câmara dos Representantes do Michigan, para uma reunião na Casa Branca nesta sexta-feira, diz a CNN. “Tem havido uma falta de transparência no processo de votos”, comentaram à Associated Press os responsáveis políticos de Trump.
A estratégia é simples: caso o conselho de eleições, composto por juízes e legisladores locais, chegue a um impasse, poderá ser ignorado o voto popular,que dá a vitória a Joe Biden por uma margem de cerca de 154 mil votos. Nesse caso, os republicanos escolheriam os elegidos para o colégio eleitoral,
Se tal acontecer, “é um assalto ao processo democrático”, considerou Richard H. Pildes, professor de Direito constitucional da Universidade de Nova Iorque ao Washington Post
Mas será difícil que Trump leve a sua avante, segundo este e alguns especialistas ouvidos pelo mesmo órgão de comunicação. Em primeiro, porque Gretchen Whitmer, governadora do Michigan e democrata, pode demitir os membros do conselho de supervisão de eleições; em segundo, o Partido Democrata deverá avançar com um processo, em caso de impasse, que vai abrir uma batalha legal.
A Governadora do Michigan já reagiu, em conferência de imprensa, avançando que não sabe que ações é que os republicanos estão a levar a cabo, mas implora que se coloque “o país acima dos interesses dos partidos e se faça jus à vontade das pessoas, para respeitar a lei”.
Mas este caso no Michigan pode não ser o único. Donald Trump também já questionou aos seus assessores a que outros estados esta técnica pode resultar, segundo sabe o The New York Times.
A deslocação de dois altos funcionários da justiça do Michigan a Washington ocorre na mesma altura em que começou, esta sexta-feira, a recontagem dos votos nos dois condados mais democratas do Wisconsin, com a campanha de Trump a tentar descartar dezenas de milhar de votos de votos de eleitores ausentes que, alegou, não deveriam ter sido contados.