O Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, elogiou hoje, em Luanda, o “papel essencial” do Presidente angolano na mediação do conflito entre a República Democrática do Congo (RDCongo) e o Ruanda.
Em conferência de imprensa com o seu homólogo angolano, o chefe da diplomacia norte-americana referiu que João Lourenço merece a “confiança dos outros parceiros” e disse que os Estados Unidos apoiam também esses esforços para que a via diplomática possa avançar.
Por seu lado, o ministro das Relações Exteriores angolano disse hoje que o caminho para a paz “não é uma linha reta” e que Angola continua a empenhar-se numa solução pacífica para o conflito.
“O caminho para a paz não é uma linha reta, pode conhecer variações, mas os esforços continuam e temos beneficiado das ações dos Estados Unidos”, disse Téte António aos jornalistas, no final do encontro com Blinken, que efetua hoje uma visita a Angola, no final de um périplo por quatro países africanos.
Sinal de que Luanda continua a empenhar-se no processo foi a conversa telefónica que o Presidente angolano manteve na quarta-feira com os seus homólogos congolês e ruandês, assinalou o ministro, reforçando que a RDCongo é um “país estratégico”, não só para Angola, mas também para África e para o mundo.
“Os esforços de Angola para alcançar a paz no continente africano são também em prol da comunidade internacional”, frisou.
Na conferência de imprensa, o chefe da diplomacia norte-americana afirmou também que os EUA apoiam reformas no conselho de segurança das Nações Unidas “para que reflitam as realidades atuais” e não apenas aquelas que existiam quando esta instituição foi criada, indo ao encontro das pretensões de Angola e outros países que exigem mais representatividade.
Téte António, questionado sobre a atual relação de Angola com a Rússia e a avaliação que faz deste país como parceiro desde o início da guerra na Ucrânia, sublinhou as premissas da diplomacia, assentes no respeito mútuo, respeito pela soberania e não ingerência em assuntos internos.
“Angola é um país aberto ao mundo (…) todas as parcerias que possam adequar-se às nossas necessidades e politicas de desenvolvimento são bem-vindas”, realçou o responsável das Relações Exteriores, desvalorizando as diferenças de ponto de vista.