A Friends of Angola (FoA) exigiu que as autoridades angolanas abram um inquérito para levar à justiça os responsáveis pela violação dos direitos humanos e liberdade de expressão, de manifestantes na província da Lunda Norte.
“Esperamos também que o Presidente (João) Lourenço abrace os valores democráticos, respeitando a liberdade de reunião e expressão dos cidadãos angolanos”, refere-se no comunicado.
A FoA sublinha que os direitos humanos, de integridade física e de liberdade de expressão estão consagrados na Constituição da República e na Declaração Universal dos Direitos Humanos ratificada por Angola, “mas, entretanto, estão a ser violados por autoridades que, por imperativo legal, deveriam ser as primeiras a respeitá-los”.
Segundo a organização, o alcance e o exercício pleno de uma verdadeira democracia é determinado também pela liberdade de expressão e manifestação pública dos descontentamentos dos nacionais face à governação dos seus representantes.
O balanço inicial do Comando Provincial da Polícia Nacional da Lunda Norte apontava para quatro mortos durante a tentativa de invasão, versão contrariada por ativistas e responsáveis do movimento que, no sábado, disseram à Lusa que as forças angolanas dispararam indiscriminadamente contra manifestantes desarmados, provocando 15 mortos e dez feridos.
O momento Protetorado Lunda Tchokwe tinha convocado para sábado uma manifestação para apelar ao Governo angolano que negoceie a autonomia daquela região, rica em diamantes, com base num acordo entre o povo Lunda-Tchokwe e o governo colonial português, que não foi tido em conta após a independência de Angola.
Num comunicado, a Polícia Nacional referiu-se a um suposto ato de rebelião, de aproximadamente 300 manifestantes, que pretendiam ocupar uma esquadra de polícia, eram portadores de armas-de-fogo do tipo AKM, caçadeiras, ferros, paus e outras armas brancas, bem como pequenos engenhos explosivos artesanais.