Apesar de a zona baixa da cidade de Luanda já ter mudado de cenário no que respeita ao lixo, em alguns bairros periféricos o quadro não mudou. A população ainda se debate com a problemática da recolha do lixo, apesar da entrada operacional, há três meses, de sete empresas de recolha de resíduos sólidos. Lixo continua a fazer “morada” em vários bairros dois meses depois de o Executivo lançar a “operação de emergência” para limpar Luanda
O Presidente da República, João Lourenço, há dois meses, criou uma comissão interministerial, liderada por Carolina Cerqueira, para auxiliar a governadora de Luanda, Joana Lina, no combate ao lixo, mais ainda assim os amontoados continuam em muitos locais na periferia da capital.
A constatação é do Novo Jornal, que esta semana visitou alguns bairros de Luanda, tais como camama, Calemba 2, kicolo, Sapú II e Viana.
No Calemba 2, no município do Kilamba Kiaxi, o lixo invadiu o asfalto e está a dificultar a circulação automóvel.
Segundo os moradores, os resíduos sólidos não são recolhidos há vários dias e os populares acusam a operadora, a Chay Chay, de nada fazer para diminuir os amontoados aí existentes.
Delfina Pinto contou que o cenário do lixo no seu bairro, Calemba 2, ainda é um problema e diz mesmo não sentir o trabalho da nova operadora de limpeza.
“No mês passado havia melhorado um pouco, mas não percebo agora por que razão se está a acumular lixo outra vez. Parece que a operadora desapareceu”, disse.
No mercado dos Kwanzas e do Kicolo, por exemplo, os amontoados de lixo tomaram conta do mercado, e quem por lá passa revolta-se com esta realidade.
O quadro, segundo apurou o Novo Jornal, não é novo, mas agudizou-se nas últimas semanas com uma recolha deficiente de resíduos por parte das operadoras.
Em Viana e no bairro da Sapú II há ruas e travessas tomadas pelo lixo, uma situação que os moradores descrevem como sendo terrível.
Sobre o assunto, o Novo Jornal contactou uma fonte do Governo Provincial de Luanda (GPL), para o devido esclarecimento, mas a fonte informou-nos que as explicações devem ser feitas pelas operadoras correspondentes.
O Novo Jornal tentou ouvir as justificações de algumas operadoras, mas sem sucesso.
Enquanto isso, vários são os bairros, ruas, mercados e estradas, em Luanda, que vão ficando “inundadas” pelos amontoados de lixo, um problema recorrente.
Há sensivelmente dois meses, o Presidente da República, João Lourenço, criou, por incapacidade do GPL, uma mega-comissão para limpar Luanda.
A comissão interministerial liderada por Carolina Cerqueira tem a missão de auxiliar Joana Lina no combate ao lixo.
Em conferência de imprensa, realizada no mês de Abril, a ministra de Estado para a Área Social explicou que a comissão multissectorial que foi criada para apoiar o GPL “visa auxiliar a resolver os problemas inerentes a acumulação recolha e tratamento do lixo, de modo a evitar-se males maiores relacionados com a saúde pública e a degradação do ambiente”.
Passados 60 dias, em alguns bairros periféricos de Luanda os amontoados de lixo vão pondo em risco a população que diariamente convive com a imundice.