Estirpe inglesa detectada em pacientes que não viajaram
O surgimento de 64 casos da estirpe inglesa da covid-19, nos últimos quatro dias, lança alerta às autoridades angolanas para a possibilidade do aumento de contaminação no país devido à sua perigosidade e capacidade de transmissão.
Esta segunda-feira,5, aministra angolanada Saúde, Sílvia Lutucuta, fez saber que a maior parte dos pacientes que testaram positivo não têm histórico de viagem ao estrangeiro ou contacto com viajantes e apelou para a necessidade do reforço das medidas de prevenção.
“O que significa que já temos a circulação da estirpe inglesa em Luanda”, anunciou a ministra que desmentiu a existência de uma variante angolana da covid-19.
Sílvia Lutucuta disse que as amostras foram colhidas em pacientes que se dirigiramaos hospitais sentinela, incluindo o Hospital Pediátrico David Bernardino.
Entretanto, o médico pediatra, Luís Bernardino, alertou que os números oficiaissobre as infecções do Coronavírus podem estar aquém da realidade devido à fraca testagem no país.
O especialista sustenta que o facto de a população angolana ser jovem, e supostamente, resistente aos primeiros sintomas, pode encobrir muitos casos de contaminação no país.
“ Estou convencido que aqui em Angola haja mais de um milhão de infectados”, defende Luis Bernardino com o argumento de que “a África do Sul e o Marrocos registam muitos casos porque testam como deve ser”.
O médico angolano deplorou a violação das medidas de prevenção individual e colectiva por parte dos cidadãos mas mostra-se contrário à manutenção da cerca sanitária a Luanda afirmando “ser prejudicial à economia”.
Segundo os dados oficiaids a pandemia da Covid-19, em Angola, já atingiu 22.717 pessoas, com 543 óbitos, 21.452 recuperados e 722 activos.
Dos activos, três estão em estado crítico, 10 graves, 40 moderados, 28 leves e 641 assintomáticos.