Economistas angolanos manifestam preocupação quanto à sustentabilidade da dívida do país, contrariando assim previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) citadas pelo director do Gabinete de Estudos e Relações Internacionais do Ministério das Finanças.
Patrício Neto disse recentemente a estudantes da Universidade Católica que a dívida pública de Angola no mercado externo é sustentável, de acordo com as mais recentes previsões do FMI.
Contudo, mais recentemente a agência de notação financeira Moody’s afirmou que a principal questão sobre a evolução do rating de Angola nos mercados financeiros internacionais é a questão de saber se o Governo vai conseguir refinanciar a dívida de curto prazo e as necessidades de financiamento.
O economista Carlos Padre é de opinião que “Angola actualmente não está em condições de suportar o volume de dívida que tem e acredito que a única saída que tem é haver muito mais investimentos principalmente virado as pequenas e médias empresas”.
Por seu turno, o economista Damião Cabulo afirma que as medidas do Governo têm sido políticas pelo que duvida que possa consegir refinanciar as suas dívidas.
“A cada dia que passa Angola fica cada vez mais endividada e sinceramente não vejo neste momento alguma capacidade do Executivo, para pelo menos refinanciar a sua dívida, não acredito, pois eles apenas apresentam posições políticas”, sustenta.
Para Cabulo, era importante que o Governo “chamasse a academia para com estudos, apresentar possíveis soluções”.
O professor de economia Faustino Mumbica afirma que“quando olhamos para a dívida de Angola em relação ao PIB vê-se que estamos no vermelho”.
“O valor da dívida supera o indicador do PIB logo há dificuldades de se refinanciar a dívida, e é aí que assenta a leitura da Moody’s”, explica aquele docento universitário, acrescentando que “em relação à sustentabilidade da dívida, a questão não se põe”.
“O problema é saber se vale a pena continuar a endividar, se os valores destes endividamento não são rentabilizados ali onde de facto são necessários e vão mais em benefício de agentes particulares”, diz o economista.