Manifestação convocada para este sábado pela sociedade civil e membros do Movimento Independentista de Cabinda foi marcada por detenções. Protesto foi impedido pela polícia.
O protesto contra o que os manifestantes consideram a neocolonizacão angolana em Cabinda estava previsto para o início da tarde deste sádado (29.05).
Entretanto, várias avenidas foram tomadas pela polícia para impedir a sua realização.
A marcha teria início no Largo 1⁰ de Maio e deveria terminar diante do Centro Cultural Chiloango.
Entretanto, o evento foi marcado por detenções de pelo menos dez pessoas que estariam em local incerto.
Seriam elas: Alexandre Fernandes Liongo Ncasso, nacionalista cabindense, Alexandre Kuanga Nsito, presidente da Associção para o Desenvolvimento da Cultura dos Direitos Humanos, e António Tuma, membro do Movimento Independentista de Cabinda (MIC) – além de alguns membros da sociedade civil.
A DW África entrou em contacto com o diretor do Serviço de Investigação Criminal (SIC) em Cabinda que não confirmou quaisquer detenções, tendo frizado que o SIC desconhece as detenções.
“Não houve qualquer detenção e não temos conhecimento desta manifestação”, informou.
Jornalista detido
O jornalista da Rádio Ecclésia Luís Lázaro contou que também foi detido e foi levado a um local distante da cidade, tendo sido libertado depois. Lázaro disse à DW África não ter entendido a razão da sua detenção, uma vez que não estava no local a serviço.
Um dos ativistas que tencionava participar da manifestação afirmou não ter conhecimento de que alguma manifestação em Cabinda tenha tido êxito.
“Em Cabinda, é proibido manifestar. As ordens são do regime invasor e ocupante do ditador de Cabinda. Desde 2017 a 2020, as manifestações foram todas reprimidas pelo regime do MPLA”, criticou.
A manifestação que foi reprimida teria ainda o objetivo de exigir das autoridades angolanas a paz e o diálogo em Cabinda.