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EUA: Transportadoras angolanas “alarmadas” com aprovação do passe social

O Governo angolano anunciou para breve a implementação do passe social para pessoas menos equipadas se fazerem transportar nos autocarros de operadoras de transportes públicos urbanos. Medida é descrita como “delírio” do Governo para fins eleitorais.

Entre o grupo de pessoas a beneficiar do passe estão os portadores de deficiência, estudantes, idosos e antigos combatentes.

A medida está, contudo, a ser recebida com algum cepticismo, por parte de associações e operadoras de transportes que dizem que sem compensação não podem manter esse serviço

Domingos Epalanga, especialista do sector e operador de transporte público, entende que esta é daquelas medidas públicas que “nascem já sem pernas para dar certo” .

Epalanga faz notar que no passado a companhia TCUL “chegou a retirar os seus autocarros, da rota Cacuaco-Funda por causa da quantidade de antigos combatentes que se faziam transportar naquela rota”.

“Mesmo sem passe social, eles viajavam de graça, como a empresa perdia muito dinheiro, pura e simplesmente retirou-se dali”, lembra aquele especialista.

“Para as transportadoras, o horário de ponta é de facturar muito, é de manhã porque depois das 10 horas é hora morta, mas é exactamente de manhã quando há maior concentração de crianças a irem para escola nas paragens e é óbvio que se forem obrigadas a ceder com os passes sociais, os responsáveis das operadoras vão barrar, vão tentar impedir estas pessoas a viajar a custo zero”, admite Epalanga.

“Isto é um conflito que o Estado vai criar”, avisa Domingos Epalanga, Para quem “o Governo tem neste momento uma dívida milionária para com as empresas de transportes públicos em termos de subvenção que o Estado não paga”.

Aquele operadora advertem também que “com esta medida, sem qualquer compensação, as operadoras vão ser forçadas a despedir trabalhadores, não terão capacidade de aguentar os custos e elas podem fugir do sector urbano de transportes, para o sector inter-provincial que é mais rentável”.

Outro operador de transportes privados que quis apenas ser identificado como Armando disse que o Estado deveria ter ouvido as empresas primeiro, “porque nesta altura não há empresas com capacidade para aguentar esta medida em termos de custos”.

“O Estado não deve obrigar as operadoras de transportes a participar nos seus delírios”, acrescentou Armando para quem “esta medida a ser implementada vai causar a falência das transportadoras”.

Para ele é uma decisão “eleitoralista”.

Os estudantes são também beneficiários do passe social nos autocarros, mas o presidente do MEA,diz estar farto das promessas do Governo nesta matéria porque “essa conversa do Governo chega sempre no período eleitoral, parecem papagaios a dizerem sempre a mesma coisa, nós queremos o passe social na prática”.

 

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