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EUA: Vice-presidente do MPLA, Luísa Damião deplora “uso da violência” no debate político-partidário

A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, afirmou nesta quarta-feira, em Luanda, que se nota actualmente uma certa tendência de trazer para o debate político-partidário formas violentas de fazer política.

Ao intervir na abertura do II encontro de recepção de opiniões das figuras da sociedade angolana, denominado “Termómetro”, com o tema “O debate político-partidário e o Impacto nas Redes Sociais”, criticou o uso do discurso de ódio, da diabolização das instituições do Estado, da violação gratuita dos direitos fundamentais, minando os bons usos e costumes, a unidade e a reconciliação nacionais.

De acordo com Luísa Damião, as redes sociais transformaram-se num dos principais fóruns de discussões públicas e políticas, a par de outras instituições formais, tal como o Parlamento.

Na sua opinião, em todo o mundo, nota-se claramente uma tendência de diminuição da influência dos partidos como instância de mediação, entre a sociedade e o poder político.

Na ocasião, realçou que o uso incorrecto das redes sociais, por parte de alguns indivíduos, acaba impedindo o bom proveito desse método ultra-moderno de publicação e interacção.

“Alguns se valem de falsos perfis para difundirem fake news, violência gratuita e inverdades, que acabam incutindo falsidades na mente dos menos atentos”, sustentou.

Na sua óptica, seria mais proveitoso se todos empregassem esses mecanismos de comunicação para proporcionar discussões frutíferas e com elevação, pois as redes sociais permitem uma interacção ilimitada com pessoas situadas nos pontos mais longínquos, possibilitando desenvolver conceitos ricos sobre os mais variados temas.

Referiu que o MPLA considera fundamental o diálogo, o debate construtivo com tolerância, respeito pela diferença geradora de harmonia, unidade e coesão, que premeie as boas ideias, o conhecimento, a aprendizagem e sobretudo as soluções para o desenvolvimento das sociedades, das instituições, das organizações políticas e das famílias angolanas.

Informou, por outro lado, que doravante encontros do género, promovidos pelo seu partido, serão realizados mensalmente em todas as províncias do país.

Em declarações à imprensa, o comunicólogo e jornalista Celso Malavoloneke afirmou que, em certa medida, os comícios são substituídos pelas “lives” e outras plataformas digitais, obrigando os políticos a adoptarem uma postura diferente.

Questionado sobre o papel dos órgãos de comunicação social na cobertura de eventos políticos, de modo a evitar fake news, defendeu a necessidade dos mesmos se reinventarem.

O encontro contou com as prelecções da jornalista Luísa Rogério, Presidente da Comissão da Carteira e Ética, da comunicóloga Paula Simons, de Celso Malavoloneke e do jornalista José Kaliengue.

 

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