A Taxa de desembolso relativa à carteira de dez projetos financiados pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Angola, num total superior a mil milhões de dólares, ronda os 20%, mas as autoridades esperam que vá acelerar nos próximos tempos.
Os números foram avançados hoje pela ministra das Finanças angolana Vera Daves, no final de uma visita da diretora executiva do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Judith Kateera, que marca também o final do seu mandato, sendo substituída a partir do próximo mês no cargo pelo angolano João Luís Ngimbi.
Vera Daves elogiou o “absoluto zelo e dedicação” da zimbabueana para “fazer ecoar a voz dos países-membros”, e o seu contributo para que Angola tivesse uma carteira de projetos de investimento constituído por 10 projetos que totalizam mais de mil milhões de dólares.
“Em junho de 2022, o portefólio apresentava uma taxa de desembolso superior a 20%, ainda abaixo dos níveis que gostaríamos”, sublinhando que é desejável que esse nível aumente.
Pietro Toigo, representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para Angola e São Tomé e Príncipe, salientou que a instituição quer acelerar a implementação dos projetos para apoiar a transformação da economia angolana, “que está a sair de um período muito complicado economicamente, graças também ao trabalho que foi feito pela ministra”.
“A economia está a estabilizar e agora podemos avançar com tudo o que é projetos de diversificação da economia e diversificação de emprego”, indicou, acrescentando que está a ser reforçada a equipa com peritos setoriais para acelerar a implementação dos projetos.
Outra das justificações para a baixa execução é o facto de ser ainda uma carteira relativamente jovem: “Há 10 anos não havia praticamente projetos aqui em Angola, agora a nossa carteira está acima de mil milhões de dólares, os projetos estão a começar a ser implementados”, afirmou o responsável.
Sobre futuros projetos de financiamento, acredita que com a melhoria do quadro macroeconómico haverá condições de melhorar o investimento, já que o risco é menor
“Todo o nosso investimento é alinhado com as prioridades do país e nesse sentido aguardamos o novo ciclo de governação, a partir de setembro”, para definir outras áreas de intervenção, adiantou Peitro Toigo.
Entre os setores que beneficiam dos empréstimos atuais do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) estão a energia, com 52,9% da carteira, agricultura, com 12,49%, e água e saneamento com 12,12%, segundo Vera Daves.
Luis Ngimbi terá como principal missão fornecer supervisão e direção estratégica ao grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), olhando não apenas para os interesses dos países da constituência (que integram Angola, Namíbia, Moçambique e Zimbabué).
A ministra das Finanças espera que, durante o seu mandato, Angola obtenha “ainda maior assistência técnica do banco para a melhoria do desempenho do portefólio de projetos do Governo angolano, bem como maior apoio no que se refere ao desenvolvimento do setor privado”.