O Representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola exortou hoje as autoridades angolanas a “aproveitarem” a atual dinâmica do preço do petróleo para diversificarem a economia, valorizando o potencial agrícola, e promoverem o crescimento económico.
“Vamos aproveitar o momento em que a dinâmica do preço do petróleo está a favor do país para avançar com reformas no sentido de garantir a diversificação económica, no sentido de promover o crescimento económico, criar oportunidades para uma parcela da população que ainda sofre e ter melhores condições de vida para todos”, afirmou hoje Marcos Souto.
Para o representante do Fundo Monetário Internacional (FMI), países exportadores de petróleo como Angola, com forte dependência neste produto, enfrentam “enormes fatores de risco, sobretudo devido à volatilidade do preço”, daí a necessidade da diversificação económica.
“E aqui faço eco [sobre a necessidade de] se fazer uma diversificação económica, não no sentido de diminuir a atividade petrolífera, mas no sentido de aumentar a atividade não petrolífera”, apontou.
“Existem diversas questões, aqui uma das delas é a diversificação, uma vez que se depende menos de uma ‘commodity’, se houver um impacto nesta ‘commodity’ há alguma forma de compensar com a variação do preço de outros produtos que o país produz”, defendeu.
Em declarações durante a apresentação do Relatório sobre as Perspetivas Económicas Regionais da África Subsaariana do Fundo Monetário Internacional (FMI), insistiu na necessidade de Angola apostar na diversificação económica para “valorizar as suas enormes potencialidades agrícolas”.
“Temos aqui em Angola diversas potencialidades para aumentar a produção agrícola, já viajei de carro aqui e fiquei surpreso com o potencial que existe em várias regiões e o quão pouco é explorado”, observou.
Em relação ao relatório, Marcos Souto deu conta que 19 dos 35 países da região “estão em situação de subendividamento e elevadas taxas de juro”.
Segundo o responsável, Angola está numa “dinâmica diferente” por apresentar um rácio da dívida do Produto Interno Bruto (PIB) que “está a cair, numa grande parte por conta da dinâmica da taxa de câmbio”.
“Mais de 80% da dívida pública é em moeda estrangeira, mas há também aqui um esforço no sentido de se reduzir a dívida pública e também a composição”, realçou.
“E o esforço que foi feito pelas autoridades angolanas no sentido de melhorar a composição da sua dívida pública, reduzir o risco de refinanciamento”, concluiu o representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola.