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Fundo Monetário Internacional (FMI) mantém crescimento de “3,8%” em África este ano e 4% em 2023

O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve hoje a previsão de crescimento para a África subsaariana nos 3,8% este ano e 4% em 2023, salientando que as perspetivas por país mantêm-se “inalteradas ou positivas”.

“As perspetivas de evolução dos países no Médio Oriente e Ásia Central e na África subsaariana continuam, em média, inalteradas ou positivas, refletindo os efeitos dos elevados preços dos combustíveis fósseis e dos metais para alguns países exportadores de matérias-primas”, lê-se na atualização do relatório sobre as Perspetivas Económicas Mundiais, hoje divulgado em Washington.

Para as duas maiores economias da África subsaariana, a Nigéria e a África do Sul, o Fundo Monetário Internacional (FMI) mantém o crescimento da Nigéria em 3,4% este ano e sobe uma décima na estimativa de expansão económica no próximo ano, agora de 3,2%, ao passo que para a África do Sul, a previsão melhora de 1,9% para 2,3% este ano e mantém nos 1,4% para 2023.

Numa atualização muito dominada pelos efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia, o FMI alerta que “os países de baixo rendimento, cujas populações já estavam a passar por uma grave má nutrição e mortalidade em excesso antes da guerra, especialmente na África subsaariana, tiveram um impacto particularmente severo”.

Na altura da divulgação das Perspetivas para a África subsaariana, no final de abril, o conselheiro do Departamento Africano do Fundo Monetário Internacional (FMI) Alex Segura disse, em entrevista à Lusa, que o impacto da guerra na Ucrânia era “muito negativo e muito grave em África”, devido às vulnerabilidades já existentes.

“O impacto em África da guerra na Ucrânia é muito negativo, é muito grave, porque os países de baixo rendimento já tinham mecanismos mais limitados para lutar contra a pandemia de covid-19, e tiveram um choque importante, com mecanismos muito menos desenvolvidos do que os países avançados para gerir a pandemia”.

Agora, continuou o conselheiro do departamento africano, “chegam numa situação de grande vulnerabilidade, e a preocupação principal do Fundo Monetário Internacional (FMI) é o aumento dos preços dos combustíveis e dos produtos alimentares”, algo que se veio a verificar de forma muito significativa desde então.

A Ucrânia e a Rússia são dois dos principais produtores de cereais, nomeadamente trigo, que é a base da alimentação em vários países africanos, nomeadamente do norte do continente.

CRESCIMENTO DO PIB…….2021…..2022…..2023
África subsaariana…….4,5……3,8……4,0
Angola……………….0,7……3,0……3,3
Cabo Verde……………6,9……5,2……5,8
Guiné-Bissau………….3,8……3,8……4,5
Guiné Equatorial……..-3,5……6,1…..-2.9
Moçambique……………2,2……3,8……5,0
São Tomé e Príncipe……1,8……1,6……2,8

FONTE: World Economic Outlook, abril 2022

 

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