A redução da pena de prisão do general José Maria, antigo chefe da secreta militar angolana e a sua libertação é um indicativo de que está em curso uma aproximação do Presidente João Lourenço com a ala política do anterior Presidente Eduardo dos Santos, disse o analista Agostinho Sicato.
Mas outro analista considera que a pena mesmo reduzida foi uma mensagem clara para disciplinar oficiais das forças armadas, enquanto um advogado opinou que a lentidão do processo é um acto de “negação de justiça”.
“O general José Maria foi libertado a semana passada depois do Supremo Tribunal Militar ter anunciado a redução da sua pena de três para dois anos de prisão a que havia sido condenado por extravio de documentos oficiais com informações militares”.
O general esteve dois anos em prisão domiciliária enquanto aguardava pela decisão do seu recurso junto do Supremo Tribunal Militar e mesmo depois de já se saber que havia uma decisão o tribunal demorou cerca de um mês a torna-la pública.
O facto de ter estado dois anos em prisão domiciliária preventiva foi considerado como cumprimento da sua pena pelo que foi libertado.
O analista político Agostinho Sicato, considerou que a libertação é uma verdadeira aproximação política com a ala de José Eduardo dos Santos tendo em vista os desafios políticos que se avizinham.
“Zé Maria, Kopelipa e o Dino foram sempre as pessoas que mexeram em dossiers mais sensíveis como eleições, e estarem de costas viradas significa não ter com quem contar”, disse.
O jurista Manuel Pinheiro disse no entanto que a condenação se deveu ao facto de que era importante disciplinar a classe castrense no país.
Para Manuel Pinheiro com esta condenação “está paga a dívida com a população” .
Opinião contrária tem Salvador Freire que entende que manter um cidadão por dois anos na prisão à espera da decisão de recurso é um acto de negação da justiça.
“Mostra claramente que há um atraso das pessoas que devem fiscalizar os actos praticados em determinados processos”, disse.