O Governo de Angola estimou hoje que seja necessário investir cerca de 11 mil milhões de euros para atingir uma taxa de eletrificação do país de 50% até 2027, com a incorporação de, pelo menos, 72% de energias renováveis.
O Plano de Ação do Setor de Energia 2023-2027 de Angola prevê a continuidade da diversificação das fontes de energia de forma a incorporar pelo menos 72% de energias renováveis (entre fonte solar e hídrica) até 2027, disse o secretário de Estado para a Energia de Angola, Arlindo Bota.
As referidas ações visam atingir uma taxa de eletrificação de 50%, num investimento total de cerca de 12 mil milhões de dólares (11 mil milhões de euros), disse o governante, frisando que as instituições financeiras e o setor privado devem desempenhar um papel determinante.
“Prevê-se que os projetos de construção dos parques solares fotovoltaicos sejam concluídos nos próximos anos. Estas centrais contribuirão para o aumento da capacidade instalada de geração solar fotovoltaica”, afirmou Arlindo Bota na abertura da 2.ª edição do Fórum Energia e Ambiente.
No encontro, organizado pelo Jornal Expansão, o responsável reconheceu que, embora o país tenha observado “notória evolução” na disponibilização de eletricidade, sobretudo em fontes renováveis de produção, os desafios “ainda são imensos”.
Considerou também que Angola tem necessidade de garantir a expansão da rede de transporte de energia de modo a escoar e distribuir o “superavit [excedente] à data atual existente”, referindo que a dispersão dos aglomerados populacionais impulsiona as autoridades a recorrer aos sistemas solares.
Para garantir mais eletricidade às populações espalhadas nas 18 províncias angolanas, Arlindo Bota destacou a aprovação de dois projetos de eletrificação nas províncias do leste e sul de Angola, que devem beneficiar mais seis milhões de habitantes em 132 localidades.
“Estas soluções incluem, principalmente, sistemas solares com acumuladores, as respetivas redes de distribuição, bem como sistemas solares individuais, o que encurtará, sem dúvida, o tempo de construção das infraestruturas”, referiu.
O fórum, subordinado ao tema “A Futura Matriz Energética em Angola”, debate, em Luanda, questões ligadas à capacidade de distribuição do país.