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Governo de Angola vai emitir em 2024 primeiros “Green Bonds” para financiar projetos de impacto ambiental

O Ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola disse hoje, em Luanda, que os primeiros Green Bonds (Obrigações Verdes), para financiar projetos com impacto direto sobre sustentabilidade ambiental, vão ser lançados em 2024.

José de Lima Massano, que procedeu à abertura do Fórum sobre Sustentabilidade no Sistema Financeiro Angolano, promovido pelo Conselho de Supervisores do Sistema Financeiro (CSSF), referiu que a sustentabilidade se tornou um tema na agenda do setor financeiro global.

Em declarações à imprensa, o vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Pedro Castro e Silva, disse que, no âmbito da sustentabilidade, o sistema financeiro e todas as instituições têm que se adaptar às melhores práticas, sendo uma delas a emissão de obrigações verdes, instrumentos de financiamento orientados para projetos relacionados com o clima ou a conservação da natureza.

Pedro Castro e Silva disse que foi realizado um inquérito promovido pelo CSSF que concluiu que todos os bancos estão preocupados com os temas da sustentabilidade, mas ainda numa fase muito embrionária.

“Por isso é que, do lado do regulador, tomamos esta iniciativa e temos outras a serem programadas para rapidamente termos as nossas instituições financeiras bancárias e não bancárias a adaptarem-se às melhores práticas de sustentabilidade”, frisou.

O vice-governador do BNA sublinhou que o tema da sustentabilidade no sistema financeiro angolano é relativamente recente e é preciso colher as práticas dos mais experientes, tendo Angola iniciado essa jornada com a realização de um inquérito aos bancos, seguradoras e instituições reguladas pelo mercado de capitais para aferir o ponto de conhecimento da inserção na sua estratégia de negócio.

Angola tem participado nas reuniões de pagamentos internacionais, do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial (BM) e a maior parte dos membros estão numa fase ainda muito embrionária.

“Tal como nós fizemos a convergência do nosso quadro regulatório com o do Banco Central Europeu, vamos fazer exatamente a mesma coisa com relação ao risco climático, vamos seguir os padrões que estão a ser implementados pelo banco central europeu, que assentam muito nas recomendações do banco de pagamentos internacionais e vamos transcrevê-los para a nossa regulamentação”, disse.

Segundo o vice-governador do BNA, “é muito importante” o tema da sustentabilidade para as instituições financeiras, porque na questão do ambiente, as alterações climáticas são um risco financeiro no crédito à economia, principalmente em financiamentos de projetos agrícolas.

“Num país em que se pretende diversificar a economia, o sistema financeiro terá uma participação, (…) imaginemos que o sistema bancário vá financiar projetos de agricultura em áreas onde depois ocorrem secas ou cheias, à partida isso dificulta a capacidade de quem contratou devolver o dinheiro à instituição financeira”, disse.

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