O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, agradeceu hoje às forças de defesa e segurança do país por terem impedido um golpe de Estado, que constituiu um “atentado à democracia”.
“As forças de defesa e segurança conseguiram impedir este atentado à democracia”, afirmou Umaro Sissoco Embaló, em declarações aos jornalistas, ao lado do primeiro-ministro, do vice-primeiro-ministro e da ministra da Justiça.
Foi um “ato bem preparado e organizado e que poderá também estar relacionado com gente relacionada com o tráfico de droga”, afirmou Sissoco Embaló, acrescentando que há pessoas detidas e vítimas mortais, sem precisar números.
O ataque ao palácio do Governo, onde decorria o Conselho de Ministros teve fogo cruzado durante cinco horas, explicou o Presidente.
“A Guiné-Bissau não merece isto”, disse Embaló, rejeitando qualquer responsabilidade: “Sou um homem de paz, contra a violência”.
Sissoco Embaló disse que já falou com o secretário-geral da ONU e pediu calma aos guineenses, assegurando que a situação está controlada.
“Peço à população para estar serena”, disse.
Vários tiros foram ouvidos hoje perto da hora de almoço junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
Entretanto, segundo fonte governamental, militares entraram cerca das 17:20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício.
CPLP condena “veementemente” tentativa de golpe de Estado
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) condenou hoje “veementemente a tentativa da tomada do poder pela força na Guiné-Bissau”, segundo uma nota do Ministério das Relações Exteriores de Angola, país com a presidência rotativa da organização.
“A Presidência em exercício da CPLP saúda a firme resposta das autoridades nacionais encabeçadas pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló que levou ao restabelecimento da ordem e apela a acalmia e tranquilidade”, naquele Estado-membro da comunidade.
Vários tiros foram ouvidos hoje perto da hora de almoço junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
Entretanto, segundo fonte governamental, militares entraram cerca das 17:20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício. O Presidente já se encontra no Palácio Presidencial.
As relações entre o chefe de Estado e do executivo têm sido marcadas por um clima de tensão, agravada nos últimos meses de 2021 por causa de um avião Airbus A340, que o Governo mandou reter no aeroporto de Bissau, onde aterrou vindo da Gâmbia, com autorização presidencial, e pela recente remodelação governamental.
A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e por Portugal.