O Golpe de Estado na Guiné-Conacri deste domingo, 5 de Setembro, foi conduzido pelo tenente-coronel Mamady Doumbouya. O líder do grupo das forças especiais das forças militares guineenses anunciou a detenção de Alpha Condé, a dissolução das instituições e a suspensão da Constituição.
Os ministros cessantes e os presidentes das instituições foram convocados para uma reunião esta segunda-feira, 6 de Setembro. Cada ausência a esta reunião será considerada como um acto de “rebelião”.
Mamady Doumbouya, uma personalidade até então desconhecida, surgiu este domingo como o novo homem forte da Guiné. Em 2018 foi destacado pelo Ministério da Defesa para criar um grupo de Forças Especiais (GES) no Exército Guineense, que chefia desde então.
O tenente-coronel Mamady Doumbouya integra a Legião Francesa e é destacado para dirigir o grupo de forças especiais. O porta-voz do ministério francês da Defesa apresenta Doumbouya como um “gigante fisicamente impressionante”.
No desfile militar de celebração da independência do país, em 2018, Mamady Doumbouya apresenta na parada militar o seu grupo de forças especiais, de boina vermelha e óculos de sol.
O GES tem como missão oficial lutar contra o terrorismo. O chefe de Estado cria este grupo, mais e melhor armado, com a finalidade de criar “uma unidade que reprima as manifestações no país”, descreve Aliou Barry, especialista em questões militares na Guiné.
Trata-se de um militar experiente que recebeu treino em Israel, Senegal, Gabão e França, participou de várias missões no Afeganistão, Costa do Marfim, Djibuti e República Centro-Africana.
Homem ambicioso, suscita a desconfiança das autoridades guineenses, que começam a preocupar-se quanto às intenções de Doumbouya e poder querer chegar à força ao poder, levantando-se rumores quanto a uma possível detenção. Segundo Aliou Barry, existiam suspeitas de contactos com Assimi Goïta, autor do golpe de Estado no Mali.