Foram recolhidas quase 19.000 crianças na fronteira entre os Estados Unidos da América e o México. A chegada de imigrantes sem documentos não para de aumentar desde a posse de Joe Biden.
As autoridades dos EUA recolheram quase 19.000 crianças que viajavam desacompanhadas na fronteira com o México em março, mês em que foi batido o recorde de detenções de imigrantes ilegais, foi esta quinta-feira anunciado.
No mês passado, os agentes da proteção de fronteiras dos Estados Unidos intercetaram mais de 172.000 imigrantes ilegais na fronteira, um número recorde, dos quais 18.890 eram menores, provenientes da América Central, que chegaram sozinhos e cujo número duplicou em relação a fevereiro.
Os dados divulgados por fontes oficiais do governo norte-americano mostram a gravidade da crise migratória na fronteira sul dos Estados Unidos, onde a chegada de imigrantes sem documentos não para de aumentar desde a posse do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em janeiro.
“Em março de 2021, os agentes de fronteiras depararam-se com mais de 172.000 pessoas que tentaram entrar pela fronteira sudoeste”, disse uma fonte governamental, referindo que este número representa um aumento de 71,2% em relação a fevereiro deste ano, quando as autoridades intercetaram 100.441 imigrantes ilegais na fronteira.
Dos mais de 172.000 imigrantes que procuraram os EUA em março, 168.195 foram detidos na fronteira, enquanto outros 4.136 foram declarados “inadmissíveis” pelas autoridades.
Este recorde inédito em duas décadas aumenta a pressão sobre o governo de Biden, cujo secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, fará a sua terceira visita à fronteira sul ainda esta quinta-feira. A maioria das detenções na fronteira afeta adultos que viajam sozinhos, embora em março tenham chegado desde a América Central o dobro dos menores desacompanhados relativamente a fevereiro.
Mais de um em cada dois detidos foram imediatamente expulsos ao abrigo de uma medida que foi tomada pelo governo do ex-Presidente Donald Trump, que permite restringir as entradas por razões sanitárias associadas à pandemia de Covid-19. O governo de Joe Biden tem sido criticado porque muitas crianças que cruzaram a fronteira ficaram mais tempo do que o permitido por lei em centros de detenção administrados pelas autoridades de fronteira.
Em março, o secretário de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, negou que houvesse nesse momento 5.200 crianças detidas em centros para adultos, na fronteira com o México, por falta de condições para outro género de acolhimento, mas reconheceu que as autoridades estão a sentir dificuldades em lidar com a pressão do aumento de pedidos de entrada nos EUA.
Joe Biden já prometeu uma solução para o que chamou de “vergonha moral e nacional” herdada do seu antecessor, com a separação de milhares de famílias de migrantes.