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Inglaterra: Tchizé dos Santos acusa “João Lourenço” de perseguição no caso da suspensão da VIDA TV

ZAP VIDA, de Isabel dos Santos, disse ter submetido documentos ao Ministério que suspendeu as emissões e Record promete recorrer nos órgãos oficiais

Horas depois de o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), de Angola, ter anunciado a suspensão a partir de amanhã, 21, das emissões da Rede TV Record e dos canais ZAP VIVA e VIDA TV, além de rádios, portais, revistas e jornais, os proprietários de algumas das empresas reagiram.

Como justificação, o MINTTICS apontou “irregularidades legais” que devem ser ultrapassadas pelas empresas afectadas.

O Sindicato dos Jornalistas Angolanos questiona a legalidade da decisão.

A empresária Welwitschia “Tchizé” dos Santos, filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos e proprietária do canal de televisão VIDA TV, reagiu imediatamente nas redes sociais e apontou para perseguição por parte do Presidente da República.

“Como é que o Estado recebe relatórios de conta, recebe impostos todos os anos e hoje vem dizer que são canais ilegais? Claro que é perseguição, motivada pelos caprichos pessoais do Presidente João Lourenço e desafio o Presidente João Lourenço a mandar fechar a CNN… RTP e o canal americano em Angola”, escreveu Tchizé dos Santos.

Por seu lado, Isabel dos Santos, proprietária da ZAP VIVA, contactada pela VOA, disse numa curta mensagem estar a avaliar a situação pelo que promete se pronunciar a qualquer momento.

Entretanto, numa nota mais tarde, a ZAP VIVA informou ter dado entrada ao final desta manhã no MINTTICS de um conjunto de documentos “com vista a dar resposta às solicitações, de natureza administrativa, que nos foram notificadas ontem ao final da tarde pela primeira vez”.

“Confiamos que a Direcção Nacional de Informação e Comunicação Institucional (DNICI) e o MINTTICS irão fazer a adequada avaliação da documentação e informações facultadas e assim serem criadas as necessárias condições para que a emissão do canal ZAP VIVA possa continuar a chegar, com toda a normalidade e sem interrupções, aos mais de 1,2 milhões de lares servidos pela ZAP em todo o território nacional.

A ZAP esclarece que “as acções atrás referidas se referem em exclusivo à emissão do canal Zap VIVA em Angola, e em nada estão relacionadas com o serviço de distribuição de TV que é assegurado por Satélite e por fibra ao longo de todo o território nacional”.

Por seu lado, também num comunicado a direcção da Record TV Africa lamenta a suspensão imediata, sem audiência prévia, e promete que irá juntos aos órgãos de tutela buscar o esclarecimento referente às supostas irregularidades alegadas.

As reacções surgem também de outros sectores.

Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos questiona a legitimidade da suspensão das emissões daquelas estações.

“Não sei em que lei é que se baseiam para evocar esta autoridade para suspender as licenças deste canais confundidos como órgãos de comunicação social, a lei de imprensa confere apenas ao Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social competência para suspender quando estes órgãos licenciados alterem os elementos que apresentou no momento do licenciamento”, sustenta Cândido.

O comunicado do MINTTICS indica que dos 243 jornais registados, apenas 34 encontram-se em exercício da actividade, das 459 revistas registadas apenas 17 encontram-se em exercício da actividade, apenas 10 portais de notícias estão registados e em actividade e apenas 144 das 177 estações de rádio registadas estão em funcionamento.

O Ministério admitiu que as empresas afectadas devem suprir as falhas antes de retomaram a sua actividade.

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