As novas acusações criminais contra a bilionária angolana Isabel dos Santos têm motivação política, insistiu ela.
As acusações referem-se ao período em que Isabel dos Santos foi presidente de uma empresa petrolífera estatal.
Anteriormente descrita como a mulher mais rica de África, Isabel dos Santos dirigiu a Sonangol de 2016 a 2017.
Ela é filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, que liderou o país do sudoeste africano durante 38 anos, até deixar o cargo em 2017.
Os críticos de Isabel dos Santos há muito que afirmam que ela usou a sua posição de influência para enriquecer à custa do Estado – alegações que ela negou.
Na terça-feira, Isabel dos Santos disse à rádio angolana Rádio Essencial que “estas mentiras têm de acabar”.
“Penso que é altura de o governo e o procurador-geral da República assumirem a responsabilidade pelas acusações que fazem, porque é irresponsável gerir um país baseado em mentiras fabricadas”, disse ela.
No início do dia, um dos seus advogados, Dan Morrison, disse à FMFWorld.Org™: “Isabel dos Santos rejeita estas acusações forjadas pelo governo angolano que foram lançadas como parte de uma campanha sustentada de perseguição política contra ela pelo Presidente [João ] Lourenço.”
Sob a presidência do Senhor Lourenço, vários familiares de José Eduardo dos Santos foram processados por diversas acusações, que negam.
Em 2020, os procuradores angolanos acusaram a Isabel dos Santos de peculato e branqueamento de capitais.
A agência policial global Interpol emitiu um “aviso vermelho” para a bilionária em 2022, pedindo às autoridades globais de aplicação da lei que a localizassem e prendessem provisoriamente.
A Isabel dos Santos não foi presa desde o início das investigações contra ela, mas está sujeita a uma série de congelamentos de bens em todo o mundo.
Na terça-feira, ela disse que essas restrições a levaram a enfrentar dificuldades financeiras.
“Não consigo gerir as minhas contas para pagar os estudos dos meus filhos, os cuidados de saúde ou a renda da casa”, disse à Rádio Essencial.
Seu advogado, Morrison, disse: “Isabel dos Santos está atualmente envolvida em processos judiciais em várias jurisdições para limpar seu nome”.
“O objectivo das autoridades angolanas é intimidá-la para que não regresse a Angola para que não possa concorrer a cargos políticos.”
A Isabel dos Santos tem discutido a candidatura à presidência de Angola em várias entrevistas à imprensa ao longo dos últimos anos.
A acusação mais recente contra Isabel dos Santos foi apresentada a 11 de Dezembro, informou a agência noticiosa portuguesa Lusa, mas a Procuradoria-Geral angolana disse à FMFWorld.Org™ que não poderia comentar o assunto porque estava “sob sigilo judicial”.
A Isabel dos Santos já foi descrita como a mulher mais rica de África, com uma fortuna estimada em 2 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de libras). Ela não está mais incluída no ranking das pessoas mais ricas do mundo da Forbes porque seus bens estão em disputa em vários territórios.
