O Presidente de Cabo Verde considerou hoje que a sua visita a Angola “foi um sucesso” e ultrapassou as expectativas, referindo que “todos os objetivos preconizados foram atingidos”, como o reforço da cooperação em vários domínios.
José Maria Neves, que falava na Mediateca de Luanda, no final de um encontro que manteve com a comunidade do seu país residente em Angola, referiu que a sua visita ao “país irmão” foi “uma das melhores” que já fez ao exterior enquanto governante.
“Atingimos todos os objetivos preconizados, há condições para o reforço das relações de amizade e de cooperação entre Angola e Cabo Verde, as relações já são excelentes, agora é elevar o patamar e é sempre possível ir mais longe”, apontou.
O chefe de Estado, que efetua a primeira visita oficial ao exterior após ter sido eleito em outubro de 2021 e entrado em funções em novembro, recordou que o seu homólogo angolano, João Lourenço, visitará também o seu país, ocasião em que toda a amizade será retribuída.
O Presidente cabo-verdiano enalteceu a “forma calorosa” como a sua delegação está a ser tratada em Angola, onde chegou no domingo, e garantiu que a visita de João Lourenço ao arquipélago “servirá para selar os compromissos” de reforço das relações mútuas.
“Designadamente de reforço das relações de amizade e cooperação, das relações no domínio dos transportes aéreos e marítimos, das relações no domínio do turismo, ensino superior e inovação, da reforma do Estado e da administração pública”, bem como as relações económico-empresariais, estabelecendo parcerias entre diferentes empresas angolanas e cabo-verdianas, frisou.
A primeira visita de Estado a Angola de José Maria Neves a Angola termina na quarta-feira, dia em que a delegação presidencial regressa a cabo Verde.
O chefe de Estado reiterou que a visita teve bastante êxito e “acaba por ultrapassar os limites inicialmente previstos”.
Em relação ao encontro mantido com a comunidade cabo-verdiana em Angola, durante o qual foram apresentadas várias preocupações, sobretudo relativas à documentação, José Maria Neves assegurou que já decorrem trabalhos para se suprir esta inquietação.
O Governo angolano “poderá tomar novas medidas para permitir e facilitar o acesso à documentação aos cabo-verdianos que já estão” no país “desde a década de 40 ou antes” e, em tempo oportuno, “irá anunciar os limites desta decisão”, realçou.
José Maria Neves reconheceu a existência de muitos cabo-verdianos em “condição de vulnerabilidade” em Angola, e que “alguns já recebem um complemento de pensão” da parte do Governo de Cabo Verde.
“É um esforço que o Governo faz no sentido de apoiar aqueles que são mais vulneráveis, alguns, aqui, tendo acesso à documentação também podem melhorar a sua condição de vida, porque podem ter acesso a apoios e a outras contribuições e prestações da parte do Governo angolano”, assinalou.
O Presidente angolano, João Lourenço, assegurou, na segunda-feira, após as conversações oficiais com a delegação de Cabo Verde, que a retoma da ligação aérea entre Luanda e Praia “está para breve” e deve se efetivar nos próximos meses.
Para José Maria Neves, que fala em esforços de ambos os Governos para a retoma da ligação aérea, com a ausência desta ligação ambos os países “perdem com a limitação da mobilidade das pessoas e bens”, o que já acontecia anteriormente.
“Há muita gente que já estava a fazer negócios tanto aqui de Luanda como de São Tomé com Cabo Verde, a pandemia veio pôr tudo em causa, mas estamos a fazer um esforço para ver se haverá essa ligação tão logo seja possível”, concluiu.
