A nova medida permite aos condutores que prestem serviço na Área Metropolitana de Lisboa cobrar um preço, no mínimo, 30% mais barato do que a tarifa base ou, no máximo, o dobro.
A partir desta quinta-feira, os motoristas da Uber que operem na Área Metropolitana de Lisboa podem alterar a tarifa das viagens. Ativando esta opção, o condutor pode fazer com que o preço fique 30% mais barato para o cliente (num dos extremos) ou que custe o dobro de uma viagem normal (no outro extremo). As contas são feitas com base num multiplicador que incide sobre as tarifas base, de tempo e distância, e a mínima de cada viagem.
“Estamos a introduzir esta nova opção em Lisboa para permitir aos motoristas decidir os preços, garantindo mais controlo sobre os seus serviços. Este é um passo para aumentar a flexibilidade e escolha que sabemos que os motoristas valorizam”, diz fonte oficial da Uber.
Assim, uma viagem que custe 5 euros pode custar no mínimo, com esta opção, 3,5 euros ou 10 euros, no máximo, dependendo do multiplicador que o motorista usar. Sobre o valor total da viagem, a tecnológica mantém a sua comissão de 25%.
Os condutores que quiserem alterar os preços das viagens têm autonomia para o fazer em qualquer momento do dia ou noite e nas zonas da cidade que preferirem — não há limites quanto a isto, desde que seja dentro da Área Metropolitana de Lisboa. Quando não o fizerem, as viagens continuam a ter o mesmo custo: 90 cêntimos de tarifa base, nove cêntimos por minuto e 59 cêntimos por quilómetro, lê-se num texto publicado no blogue da empresa.
Cabe depois ao utilizador decidir se aceita ou não a viagem com aquele valor, visto que este continua a ter acesso ao custo antes de confirmar que quer avançar com o serviço. Caso a viagem com a tarifa alterada seja recusada, o motorista recebe um alerta com essa informação.
Esta opção está disponível nas viagens efetuadas nos serviços UberX, UberXL, Uber Star, Uber Green e Uber Comfort. Enquanto estiverem online, “os motoristas irão receber notificações se estiverem a perder viagens por terem estabelecido uma tarifa acima do que os utilizadores pretendem pagar”, explica a empresa. Quando os motoristas ficarem offline, as suas tarifas voltam ao valor pré-definido pela Uber.
“Acreditamos que com esta nova opção, motoristas passarão a ter mais controlo, liberdade e flexibilidade sobre a sua atividade. Com esta opção, pode escolher, por exemplo, reduzir a sua tarifa em momentos ou zonas de baixa procura, ou aumentá-la caso a procura seja mais elevada”, lê-se no texto publicado no blogue da empresa.
Independentemente do preço das viagens, a taxa de cancelamento que é cobrada ao utilizador mantém-se igual: 2,50 euros. Se entretanto o motorista estiver numa zona da cidade onde esteja a ser aplicada uma tarifa dinâmica por parte da empresa — e se esta for superior à que estiver a ser usada pelo condutor, este recebe o valor mais elevado.
A 23 de outubro, o Expresso avançava que o Governo está a preparar uma nova lei, em linha com aquilo que têm sido as orientações da Comissão Europeia e da Organização Internacional do Trabalho, para reforçar os direitos dos trabalhadores das plataformas digitais, onde se incluem os motoristas da Uber. Estes condutores não são funcionários da tecnológica, são trabalhadores independentes.