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Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) diz que UNITA vive de fantasmas e Costa Júnior acusa Governo de “repressão excessiva”

O Presidente da UNITA, o principal partido da oposição em Angola, responsabilizou o Governo pela “repressão excessiva” que provocou mais de 130 mortes desde 2017, na sequência de protestos ou confrontos com a polícia.

Adalberto Costa Júnior lembrou que o próprio Presidente da Republica “diz ser normal perseguir os adversários políticos”.

Em resposta, “o MPLA, através do seu secretário para Informação e Propaganda, afirmou que a UNITA tem sérios problemas com o seu passado e que o partido no poder não participa de quaisquer actos ou desacatos promovidos por ele ou outros vectores da oposição”.

A acusação de Adalberto Costa Júnior, feita na abertura da 6.ª reunião ordinária do Comité Permanente da Comissão Política do partido no passado dia 10, teve por base investigações realizadas e que vão dar corpo a um dossier a ser entregue a instâncias nacionais e internacionais.

O líder da oposição referiu-se, por exemplo, à morte de 21 cidadãos durante a “Operação Transparência” direccionada às províncias diamantíferas da Lunda Norte e Lunda Sul, em 2108, de pelo, menos 14 cidadãos, em 2019, na “Operação Resgate”, incluindo uma vendedora ambulante e um adolescente de 14 anos, de 19 pessoas em 2019, em manifestações e no âmbito de protestos contra as medidas de combate à Covid-19, o “massacre” de 55 cidadãos na vila diamantífera de Cafunfo, em 2021, de três operários angolanos de uma barragem e três motoqueiros na campanha eleitoral, em 2022, cerca de 20 membros de uma seita religiosa e um agente da polícia morreram em confrontos e, mais recentemente, oito pessoas que protestavam contra o aumento de gasolina foram mortas no Huambo.

Adalberto Costa Júnior acusou o Executivo de usar a Polícia Nacional “de forma desproporcional” e de permitir que ela dispare à queima-roupa “na maior das impunidades”.

Embora os números sejam diferentes dos apresentados pelas autoridades, o líder da oposição reafirmou que cidadãos perdem vida em consequência destes actos, “num contexto de paz em que nada o justifica e em que os órgãos de justiça demitiram-se das suas responsabilidades”.

“Até quando vamos continuar a assistir a estes tristes espetáculos, quando o próprio Presidente da Republica diz ser normal perseguir os adversários políticos”, perguntou Adalberto Costa Júnior, sublinhando que as manifestações são “um direito constitucional”.

“UNITA vive de fantasmas”

Contactado pela Voz da América, o secretário para Informação e Propaganda do MPLA afirmou que a UNITA tem sérios problemas “com o seu passado e vive de fantasmas”.

“O MPLA não participa, sob forma alguma, em quaisquer actos ou desacatos promovidos por ela ou outros vectores da oposição, nunca fomos, não somos e jamais seremos partícipes de arruaças ou quaisquer acções que visem denegrir a imagem das Instituições do Estado ou vilipendiar bens públicos ou privados”, disse Rui Falcão numa mensagem enviada à Voz da América, na qual sublinha que o seu partido “cinge-se ao cumprimento da Constituição e da Lei e não participa em actos de vandalismo”.

O porta-voz do partido no poder acrescentou que “jamais baixaremos à mediocridade das acções da UNITA para conseguir seja o que for, somos um Partido com forte sentido de Estado e arreigo ao nosso povo”.

Falcão conclui dizendo que “não temos brindes, nem contituímos grupos de terror na calada da noite”, mas alerta que “estamos vigilantes e ninguém nos apanhará de surpresa”.

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