Pescadores em Luanda estão a ser vítimas de assalto à mão armada, em alto mar, havendo já o registo, este ano, de dez casos, denunciou hoje o presidente da associação.
Manuel Azevedo referiu, em declarações à agência Lusa, que os assaltantes roubam o pescado e os motores das embarcações, causando prejuízos avultados aos pescadores.
“Estamos constantemente a dar queixa e a trabalhar com a polícia, neste momento estão reunidos alguns pescadores e cooperativas na Barra do Bengo e em Cacuaco, para podermos avaliar essa situação”, disse.
O responsável associativo salientou que o grupo de assaltantes é composto por quatro homens não identificados, que chegam em duas lanchas, com três encapuzados e um outro, que vem por trás, desmascarado.
O presidente da associação frisou que nunca se registaram vítimas entre os pescadores, apenas o roubo de motores e peixe.
“Um motor custa entre 4,5 milhões kwanzas [5.959 euros] a cinco milhões de kwanzas [6.621 euros], que é o custo mais alto, depois são as redes, já tivemos casos em que levaram as redes, mas como é um processo que demora, tem que tirar da água, às vezes tem peixe outras não, então o motor é mais rápido”, explicou.
De acordo com Manuel Azevedo, os pescadores abandonados em alto mar têm sido resgatados por colegas solidários.
O assunto foi reportado à Capitania de Luanda e à Polícia, bem como aos ministérios do Interior, da Defesa Nacional e Governo da Província de Luanda.
“O despacho que recebemos dos ministérios do Interior e da Defesa encaminharam o assunto para a Inspeção e ficamos a trabalhar com esse órgão, mas voltaram a ocorrer novos assaltos. A participação que havíamos feito era relativamente aos assaltos registados no ano passado”, referiu.
Face à denúncia, a Associação de Pesca Artesanal, Semi-industrial e Industrial de Luanda esperava mudanças, no entanto, voltaram a registar-se novos assaltos e com maior frequência.
“Esperávamos que houvesse outra atitude, que aumentasse o patrulhamento, agora a onda voltou, o ano passado foram três casos registados, mas este ano já são dez e ainda não terminámos o ano”, lamentou.