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Óbito/José Eduardo dos Santos: Angolanos devem agora “unir-se” em torno de João Lourenço – Histórica do MPLA

A Histórica militante do MPLA Ângela Bragança considerou hoje que, depois de morte de José Eduardo dos Santos, os angolanos devem “unir-se em torno do Presidente João Lourenço”, defendendo “exéquias dignas” da figura do antigo Presidente.

“Num momento que é de pesar para todos nós, quadros e militantes do partido, e em que preparamos o pleito eleitoral, queremos apenas pedir aos militantes e cidadãos que se mantenham firmes em torno do Presidente João Lourenço, que tomou as rédeas deste processo, decretando luto nacional, criando a comissão para umas exéquias dignas de uma figura que marcou o nosso país e para o nosso partido na condição de presidente emérito”, disse Ângela Bragança à Lusa.

Para esta militante do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) desde 1977, “falar de José Eduardo dos Santos implica falar em dois momentos diferentes”, um do jovem que liderou o movimento de libertação nacional, e outro enquanto “arquiteto da paz” em 2022, nos acordos de paz que terminaram a guerra civil do país.

“São factos que a história não pode esquecer, e que marcam indelevelmente a sua presença e gestão como figura política e estadista, independentemente de todas as outras ações que maculam, de certa forma, a sua gestão, mas há factos que tornaram Angola grande e que se devem também à sua gestão”, salientou esta membro do Bureau Político e secretária para a política de Quadros do MPLA.

Questionada sobre os últimos dias de vida do antigo Presidente, Ângela Bragança admitiu: “Temos assistido a um enredo que não é positivo, queremos apelar à união da família em torno não só do pai, mas do estadista e militante, que deve constituir um exemplo para os militantes e jovens deste país”, concluiu.

José Eduardo dos Santos morreu hoje aos 79 anos numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento, anunciou a presidência angolana, que decretou cinco dias de luto nacional.

José Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola em 1979 e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, marcada por acusações de corrupção e nepotismo.

Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola, que governa no país desde a independência de Portugal, em 1975.

 

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