Estão totalmente enganadas as pessoas que pensavam que para ser nomeada, ou nomeado, governadora ou governador de Luanda seria necessário ser um pessoa inteligente, intelectualmente honesta, competente e com uma boa formação cultural, na gestão de recursos humanos e em relações públicas. Um dos exemplos mais paradigmáticos das caricaturas macabras que foram nomeadas para desempenhar o cargo de sipaia na governação de Luanda é a actual governadora, Joana Lina.
Ela só demonstra que para ser nomeado para esse cargo de chefia não é necessário ter capacidade de liderança e independência. Bastam os atributos de ser obediente e, talvez, uma deficiente capacidade em ser pensante. Não se pode exigir decência a quem não a tem, especialmente no pensamento crítico que exige muita inteligência nas relações públicas.
A Joana Lina é mais uma daquelas empregadas do MPLA que nos discursos oficiais é tratada por Excelência quando, na realidade, nada tem de excelente. Ela foi governadora do Huambo quando nesta província continuavam e continuam a morrer crianças devido à fome.
Joana Lina é mais uma das empregadas do MPLA que demonstra uma enorme cobardia, fobia e paranóia quando alguém defende a democracia. É habitual este comportamento anti-social na alcateia da oligarquia vulgarizadora da panaceia com que tentam convencer os angolanos de que o MPLA está a “melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”.
A sociedade civil, apoiada por um partido da oposição, convocou uma manifestação contra o desemprego e em defesa da cidadania. Essa manifestação foi reprimida pela alcateia do MPLA e, em declarações públicas, Joana Lina aconselhou os jovens a estarem vigilantes e a manifestarem-se contra a manipulação por “alguns que têm objectivos inconfessos”.
Nós nunca pensámos que Joana Lina iria associar-se a uma manifestação contra o desemprego, provocado pela governação incompetente do MPLA, e em defesa da cidadania, num país onde existem 20 milhões de pobres e continuam a morrer seres humanos devido à fome. Joana Lina cúmplice da rebaldaria implementada e implantada pelo MPLA.
A manifestação foi reprimida para evitar acontecimentos como os que ocorreram em 1992? Joana Lina estará a referir-se às eleições fraudulentas vencidas pelo MPLA? Ou estará a referir-se aos acontecimentos que possibilitaram aos dirigentes do MPLA implantar a cleptocracia despótica no nosso país?
É Joana Lina quem irá ensinar quais são os “fins inconfessos daqueles que procuram manipular os jovens”. Os fins inconfessos daqueles que manipularam eleições e tantos jovens no nosso país durante a ditadura do MPLA foram a roubalheira descarada.
Os jovens não necessitam de ser manipulados para terem consciência do fracasso da governação do MPLA, de Netos, Santos e Lourenços. É demasiada estupidez a conclusão de Joana Lina de que os jovens não são capazes de pensar e estão a ser manipulados quando protestam contra a situação de abandono a que estão condenados pelos novos colonos de Angola, os kapangas do MPLA, com um paternalismo e um maternalismo matumbo, a cheirar a katinga.
Joana Lina disse que a manifestação contra o desemprego e em defesa da cidadania foi considerada por ela ilegal “face às disposições inseridas no decreto presidencial sobre as medidas de combate de controlo da pandemia Covid-19”. Essa desculpa, usando o Covid-19, irá ser invocada durante quantos anos, para tentar disfarçar a incompetência e a ditadura do MPLA? Agora a desculpa já não é a guerra civil iniciada pelo MPLA, Savimbi, a crise económica internacional, José Eduardo dos Santos… Agora a desculpa para disfarçar a incompetência e impor a ditadura do MPLA é a pandemia do vírus da China.
Joana Lina invocou os acontecimentos de 1992 para reprimir uma manifestação contra o desemprego e em defesa da cidadania. Teve receio de invocar os acontecimentos do 27 de Maio de 1977 para intimidar os jovens manifestantes contra as injustiças impostas pelo MPLA e para impor a continuação desta ditadura com 45 anos de idade?
Nos Estados Unidos da América os manifestantes em defesa do “Black Lives Matter” protestaram durante a pandemia, tentando proteger-se ao máximo contra a propagação da pandemia. A grande diferença entre os Estados Unidos e Reipública da Angola do MPLA reside no facto de o presidente dos Estados Unidos não acumular tantos poderes como o imperador de Angola, João Lourenço, nem os dirigentes do partido maioritário serem mais poderosos do que o Congresso e o Senado.
Na Reipública da Angola do MPLA as instituições existem apenas para serem usadas como decoração e os governadores e deputados, com um comportamento demasiado infantil, apenas existem para serem obedientes serventes do presidente.
Joana, obedecendo às ordens superiores que são baixadas, não se manifesta contra o desemprego e o desrespeito pelos direitos de cidadania de muitos milhões de angolanos. Só alinha.