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Partidos da oposição angolana reunidos na Frente Patriótica Unida (FPU) pede ao “governo moçambicano” que proteja Venâncio Mondlane

Partidos da oposição angolana reunidos na Frente Patriótica Unida (FPU) escreveram hoje ao Presidente moçambicano Filipe Nyusi pedindo proteção para Venâncio Mondlane, considerando que pôr em causa a sua integridade física ou prendê-lo “pode conduzir o país ao caos”.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane apoiado pelo partido Podemos reclamou vitória nas eleições e tem liderado a maior contestação aos resultados eleitorais de sempre em Moçambique a partir do estrangeiro, alegando questões de segurança, anunciou o seu regresso ao país na quinta-feira.

“Vimos, em nome dos laços históricos que ligam os nosso dois países, solicitar que Vossa Excelência se empenhe institucional e pessoalmente na proteção de Venâncio Mondlane, pois percebemos que estando ele à cabeça do amplo movimento que reivindica a verdade eleitoral, uma atitude contra a sua integridade física ou a sua privação de liberdade pode conduzir o país ao caos”, diz a missiva subscrita pelos líderes da oposição angolana.

A carta é assinada pelos dirigentes da UNITA, Adalberto Costa Júnior, Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, PRA-JÁ servir Angola, Abel Chivukuvuku e Francisco Viana, da sociedade civil, que lembram as mortes de “motivação política” de personalidades ligadas a Mondlane e ao seu partido em circunstância não esclarecidas.

Manifestando solidariedade para com o povo moçambicano, a oposição angolana sublinha que o caos “não interessa a ninguém”, nem aos setores de grande poder “que tardam em compreender que é preciso mudar as formas de governação” e que o sistema eleitoral de muitos países africanos continua a padecer “do vício original do partido-Estado, da opacidade e falta de escrutínio de todos os atores”.

A Frente Patriótica Unida diz a Nyusi que “a ressaca das guerras civis” em Moçambique e em Angola, associada a desigualdade e pobreza ameaçam o alcance da democracia e colocam riscos de retorno à guerra, apelando a um “diálogo inclusivo” com todas as forças nacionais

“Apreciaremos muito se o governo moçambicano convier que Venâncio Mondlane é peça decisiva na procura de uma solução para a crise instalada e for capaz de deixar entregue aos seus apoiantes e, em liberdade e segurança possa contribuir para o esclarecimento da verdade e discutir com o demais parceiros as vias para a paz, tranquilidade e progresso de Moçambique”, destacam.

Os líderes da oposição angolana instam o governo angolano a prosseguir uma política de estímulo à paz e estabilidade em Moçambique.

Venâncio Mondlane, que está fora de Moçambique desde 21 de outubro, quando foram desencadeadas as manifestações pós-eleições de 09 de outubro, anunciou que regressa através do aeroporto internacional de Maputo.

O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique fixou o dia 15 de janeiro para a tomada de posse do novo Presidente da República, que sucede a Filipe Nyusi.

Em 23 de dezembro, o CC, última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da FRELIMO, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

O Tribunal Supremo afirmou que não há qualquer mandado de captura emitido para Venâncio Mondlane, mas o Ministério Público abriu processos contra o candidato presidencial, enquanto autor moral das manifestações, só em Maputo cidade e Maputo província, de mais de dois milhões de euros, alegando prejuízos no setor público.

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