Observatório de Imprensa e de Comunicação (OBIC) organizou um debate sobre autocracia eleitoral em Angola. A capital angola Luanda acolheu nesta quarta-feira, 26, um debate organizado pelo Observatório de Imprensa e de Comunicação sobre o sistema político vigente no país.
Vários pensadores analisaram a legislação e a prática e concluírem que Angola não vive numa democracia.
O pastor e activista social Elias Isaak afirmou que o país “é governado por um sistema de apartheid moderno, um apartheid negro à semelhança do que ocorreu na Africa do Sul com o apartheid branco, nós vivemos um Apartheid negro que precisa ser estudado”.
O jurista Zola Bambi do Observatório para Coesão Social e Justiça (OCSJ) disse que “podemos sonhar que estamos em democracia, mas a realidade mostra que Angola é uma ditadura, uma tirania e as eleições não passam de um simulacro”.
Outro prelector ligado à religião, o padre Mário Zezano, apresentou um um novo termo para definir o que se vive em Angola.
“Anocracia é um meio termo entre a democracia e a autocracia, quando se verifica uma certa instabilidade na governação de que a maioria não se beneficia”, sublinhou Zezano.
A partir da África do Sul, o jornalista angolano José Gama disse não haver um “autoritarismo puro como da Coreia do Norte”, mas “o sistema é competitivo por permitir eleições, que controla tudo e todos, permite manifestações mas reprime”.
O Observatório de Imprensa e de Comunicação (OBIC) é uma organização da sociedade civil que vive monitorar e avaliar o desempenho da imprensa angolana e tem como coordenador o professores universitário, investigador e escritor Domingos da Cruz.