Depois de uma semana de protestos, o presidente interino do Peru demitiu-se. Manuel Merino assumiu a presidência na terça-feira na sequência da destituição de Martín Vizcarra. Merino anunciou a saída depois de ter recebido um ultimato do Congresso de que iria convocar uma sessão para o afastar, caso ele não o fizesse por iniciativa própria entretanto.
No Peru desaparecem oito mulheres por dia, mais três que antes da pandemia
As manifestações na rua provocaram mortos e demissões em dois terços do governo peruano. “Neste momento em que o país atravessa uma das mais graves crises políticas, apresento a minha renúncia ao cargo de presidente da república”, anunciou numa mensagem transmitida pela televisão. A comemorar o anúncio ouviram-se bater de panelas e buzinas nas ruas da capital, Lima.
“Acredito numa luta frontal contra a corrupção, os corruptos não podem representar-nos. Acredito que o poder é para servir o povo e não para os subjugar”, acrescentou ainda Merino no seu discurso de demissão.
A crise política agravou-se no sábado, quando dois manifestantes morreram e dezenas ficaram feridos num confronto com a polícia, durante um protesto pacífico contra o governo de Manuel Merino, no centro de Lima.
É o segundo chefe de estado que cai em menos de uma semana. Vizcarra demitiu-se depois de um anúncio das autoridades de que estava a investigá-lo por corrupção. A solução foi a sua substituição interna por Merino que foi aprovada pelo Congresso, mas que a sociedade civil considerou ilegal e que desencadeou os protestos nas ruas.