A Organização Policial Internacional Interpol emitiu um mandado de prisão contra a bilionária angolana Isabel dos Santos, segundo fontes.
Fontes dizem que o mandado está relacionado a negociações supostamente corruptas expostas na investigação do Luanda Leaks do ICIJ.
Dos Santos, filha do ex-presidente autoritário de Angola, José Eduardo dos Santos, foi alvo da investigação Luanda Leaks 2020 do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.
A reportagem do Luanda Leaks mostrou como negociações privilegiadas, conexões políticas e um exército de facilitadores ocidentais ajudaram dos Santos a acumular uma fortuna.
A denúncia revelou como a bilionária e seus aliados se beneficiaram de negócios lucrativos em petróleo, diamantes, telecomunicações, bancos e imóveis.
Segundo a agência noticiosa portuguesa Lusa, a Interpol emitiu o mandado na sequência de um pedido do Ministério Público angolano.
Os mecanismos, alega, foram criados “com a intenção de obter ganhos financeiros ilícitos e branquear operações criminosas suspeitas”.
As fontes disseram que o mandado alega ainda que dos Santos agiu com base em informações que ela obteve como então chefe da estatal petrolífera de Angola, Sonangol.
A Lusa disse que dos Santos, de 49 anos, era procurado por alegado peculato, fraude, tráfico de influência e branqueamento de capitais.
Dos Santos já havia negado ter se beneficiado injustamente da posição de seu pai como presidente angolano ou qualquer outro delito.
A investigação do Luanda Leaks, que teve um impacto profundo na então mulher mais rica de África e na sua família , revelou os negócios de dos Santos numa rede de empresas, incluindo a Sonangol.